A Pergunta:
Um judeu está às portas do próximo mundo, oscilando entre a confiança em D'us que ele de alguma forma se recuperará e a aceitação da inevitabilidade de sua morte. Ele sente que, se continuar com otimismo, a fé de seus filhos será abalada quando ele sucumbir, e ele escreve pedindo meu conselho.
Minha resposta:
Esqueça o prognóstico do médico. Segure firme o bitachon (confiança) - a certeza de que tudo será revelado para o bem - e, ao mesmo tempo, abrace tudo o que vier com amor. Seus filhos serão inspirados e se sentirão orgulhosos de um pai assim. Com a ajuda do Um Acima, eles levarão suas vidas da mesma maneira.
Sei que isso parece paradoxal, mas é a fórmula pela qual nosso povo sobrevive há séculos. Como judeus, ligados ao divino, espera-se que vivamos, até prosperemos, à beira do paradoxo da navalha.
Agora permita-me fazer um backup:
O Caminho Comum para a Desesperança
É assim que o ser humano envelhece: ele pode começar sua vida como otimista e obter muito sucesso devido ao seu otimismo. Mas depois, sempre há falhas.
Falhas são dolorosas. O organismo humano armazena essa dor na memória. Instintivamente, faz o que pode para evitar revisitar essa dor. E uma maneira fácil de fazer isso é se preparando para o fracasso. Simplesmente porque, dessa maneira, você sempre pode dizer: "Imaginei que isso iria acontecer!" E o fracasso dói um pouco menos.
Mas é uma estratégia barata e perdida. Essa apreensão se acumula até que se torne um tapete grosso e emaranhado sob suas rodas, impedindo qualquer impulso para a frente. Eventualmente, você se vê preso ao chão por seus próprios medos. E então vem a rendição final.
Uma estratégia melhor é sempre avançar com confiança. Se as coisas não derem certo, como você desejava e tinha esperança, então aceite a sua nova situação como um resultado ainda melhor - muito melhor que o bem que ela contém e que é além da sua visão limitada.
Com essa atitude, você obtém muito mais sucesso e permanece jovem para sempre, até o último suspiro.
Mesmo Como Uma Espada Afiada sob o Seu Pescoço
Aqui está uma história, contada no Talmud, 1 para se lembrar sempre que nuvens ameaçadoras estiverem sobrecarregadas:
Quando o Rei Quizquias (Ezequias) adoeceu, o profeta Yeshayáhu veio visitá-lo. Mas, em vez de consolá-lo, ele anunciou um decreto celestial: ele deveria morrer neste mundo e não receberia uma parte do mundo vindouro.
"Yeshayahu", rebateu o rei, “cesse sua profecia e vá embora! Assim recebi do meu antepassado David: mesmo que uma espada afiada repouse sobre o seu pescoço, não deixe de implorar por misericórdia divina. ”
Então ele se virou para a parede e começou a rezar do fundo de seu coração - e ele viveu por mais 15 anos gloriosos.
A verdadeira prece requer fé. E uma oração fiel deve concluir com a certeza e confiança de que Aquele a quem a prece foi dirigida responderá da melhor maneira. Mesmo quando o decreto é assinado e selado e a lâmina fria de uma espada afiada repousa sobre seu pescoço, o tempo pode voltar e o universo inteiro pode ser reordenado pelo poder de uma oração sincera.
Sentindo Isso
Realmente, está além da fé. A fé é quando, apesar de tudo o que você conhece e vê, você se apega firmemente à convicção de que D'us é bom e tudo o que Ele faz é para o bem, mesmo que, no momento, você não consiga entender como isso pode ser bom - pois provém de um lugar tão levado que é impossível para você compreender.
Mas a confiança - bitachon - é uma resposta emocional. Confiar em D'us é permanecer calmo e confiante, como se você pudesse ver claramente o bem e apreciá-lo com todos os seus sentidos.
Mesmo que você não consiga alcançar tal calma, pode imaginar alguém que realmente viva dessa maneira. Você pode dizer para si mesmo: "Eu sei que é assim e faz sentido para mim que eu deva me sentir calmo e confiante, assim como Zusia de Anipoli ou algum outro grande tsadic [justo]". Imagine essa calma, abrace o momento e se tornará muito mais fácil atingir este estado de espírito.
Alcance essa confiança emocional e você estará conectado ao bem oculto que está além do seu alcance intelectual. Agora ele pode se disfarçar e vir à tona tornando-se óbvio, revelado como bom.
Ajuda do Nada
O Rei david rezou com estas palavras: “Eu levanto meus olhos para as montanhas, de onde virá minha ajuda?”2
O Rebe, Rabino Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memória, explicou uma vez: 3 As palavras “de onde” também podem ser traduzidas como “do nada” - significando que não existe nada que possa ajudar.
Mas, então, David continua: “Minha ajuda é de D'us, criador do céu e da terra.” 4 Além da existência.
Você percebe as pessoas acreditarem que apenas os tolos são otimistas. Mas o oposto é verdadeiro. Precisamente porque entendemos como a situação é realmente desesperadora, como somos impotentes e quão impossível é o desafio, isso em si nos diz o quão grande é nosso D’us - um D’us que pode nos elevar além da ordem natural e transformar a mais ameaçadora escuridão em um bem iluminado.
Quanto mais realista você for, maior será a sua alegria.
Que você e todos os seus entes queridos vivam juntos para ver muito em breve a luz de Mashiach e, com a Ressurreição dos Mortos, a vida eterna.
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