Um homem de Toronto colocou um anúncio de jornal para desculpar-se publicamente a um menino judeu que ele tinha agredido na juventude, relatou BuzzFeed na última sexta-feira.
Thomas Caldwell colocou o classificado na seção “Povo Procura” da última edição do Canadian Jewish News. Diz: “A Howard Rosen, desculpe-me por eu ter dado um soco em você na Escola Runnymede nos anos 1950.”
Caldwell, um protestante irlandês, que frequentava a Runnymede a oeste de Toronto 60 anos atrás, disse ao BuzzFeed Canadá que embora muitas crianças na escola e no bairro fossem protestantes ou católicas, somente uns poucos eram judeus. Rosen era um dos poucos. Caldwell relatou que certo dia na escola aproximou-se de Rosen e lhe deu um soco no rosto. Quando foi chamado à sala do diretor e lhe perguntaram por que tinha agredido o colega, ele simplesmente respondeu: “Oh, minha mão escorregou.” Mas, disse ele, o diretor sabia que ele estava mentindo.
O nativo de Toronto, que é doador do Playground Neshama - projetado para crianças com necessidades especiais – explicou que no decorrer dos anos tem pensado sobre o incidente e decidiu desculpar-se pelas suas ações após uma conversa com um amigo doador de Neshama (que, acidentalmente, significa “alma” em hebraico).
“O que mais me incomodava era que no fundo da minha mente eu sabia que era uma coisa antissemítica,” disse o pai de dois filhos que possui uma grande empresa de investimentos e foi escolhido como Membro da Ordem do Canadá. “Eu lutava box e dei socos em muitos meninos. Sou da Irlanda do Norte e provavelmente era mais propenso a socar um católico naqueles dias - mas isso me incomodou.”
Ele disse que fez contato com o Canadian Jewish News para colocar o anúncio, e uma mulher do jornal disse a ele que estava incerta sobre onde publicá-lo. Caldwell brincou: “Bem, vocês não têm uma coluna de culpa? Tornei-me católico e estou certo de que temos uma.”
Caldwell disse que o anúncio o fez sentir-se melhor sobre algo que o incomodara durante muitos anos. “Tenho tido oportunidades na minha idade de enfrentar a mortalidade em algumas ocasiões, e os únicos arrependimentos que tenho são aqueles em que magoei as pessoas,” disse ele. “Eu não tinha nenhum grande projeto aqui, apenas queria um pequeno anúncio num jornal e se o seu antigo colega visse, melhor ainda. Talvez seja um encorajamento para pessoas que passaram por aquele tipo de tratamento em alguma época; às vezes as pessoas podem mudar.”
Ele disse que se tivesse notícias de Rosen, “Vou convidá-lo para almoçar e consertar a situação.”
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