Pergunta:
Ouvi dizer que a Internet é “banida” pelos rabinos em várias comunidades religiosas – é considerada uma das “ferramentas de Satã.” Obviamente, porém, Chabad usa a Internet como uma ferramenta para servir a D’us. O que diz a Torá sobre usar esse meio?
Resposta:
O exemplo de Chabad, baseado nos ensinamentos do Tanya1 e nas declarações do Rebe sobre os modernos meios2 de comunicação, é que a Internet por si mesma é neutra. Outros meios que não aquelas entidades especificamente banidas pela Torá (seja a Lei Escrita ou a Oral), como alimentos não-casher, o status de cada objeto é determinado pela maneira como é usado.
Uma faca pode ser uma boa analogia. Tem a capacidade de causar muito dano, e tem matado muitas pessoas. Mas quando usada adequadamente, tem também a capacidade de tornar a vida mais conveniente e até curar quem está doente. E apesar do potencial negativo das facas, continuamos a usá-las em nossa casa – embora tomemos cuidado para que não caiam nas mãos das criancas.
Não há dúvida que no que diz respeito às oportunidades de contato educacional judaico, a Internet é impecável em sua capacidade de disseminar informação e valores de Torá. Nunca antes o judeu – até aqueles que vivem nas comunidades mais remotas – tiveram acesso a tamanha riqueza em conhecimento de Torá. Como membro da equipe ‘Pergunte ao Rabino’ de Chabad.org, tive pessoalmente a oportunidade de partilhar a mensagem de Torá com as localidades mais incomuns e exóticas (e situações) imagináveis, o que teria sido impossível sem a Internet.
Assim, não admira que Chabad – cuja missão é tocar todo judeu divulgando a consciência sobre nosso lindo legado – tenha investido tanto na Internet. Essa ideia está enraizada na crenca de que “Tudo que D’us criou em Seu mundo, Ele o criou para Sua glória” (Ética dos Pais, 6:11). A Internet, também, é criação de D’us – para aumentar Sua glória; para levar o mundo a uma maior percepção sobre seu Criador.
No entanto, o acima não deve ser mal interpretado como um endosso total para a Internet. Infelizmente, há muita coisa errada – não é preciso elaborar sobre esse ponto – e devemos tomar medidas apropriadas para proteger a nós mesmos e nossa família de sites prejudiciais disponíveis ao clique de um mouse.
Então, devemos, você e eu, permitir a Internet em nossa casa? Esta é uma decisão pessoal que cada indivíduo deve tomar. E certamente entendo por que alguns rabinos se opõem fortemente ao uso da Internet. Pessoalmente, uso a Internet apenas no trabalho, e não tenho acesso em casa. Às vezes isso é um sacrifício, mas para mim os riscos superam os benefícios em casa. Aqueles que a têm em casa devem ter controles e filtros apropriados instalados. Segundo o FBI, “Os fatores mais importantes em manter seu filho seguro online é o uso de software adequado de bloqueio e/ou controle dos pais junto com conversas francas com seu filho, monitorando sua atividade.3” Mas isso não diminui a importância de usar esse incrível meio para disseminar Torá e Judaísmo.
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