Meus pais foram sobreviventes do Holocausto na Polônia e criaram uma família religiosa enraizada nos ensinamentos chassídicos. Eu frequentei escolas Lubavitch para meninas em Boston, onde meu futuro marido – também filho de sobreviventes do Holocausto – estava matriculado numa yeshivá Lubavitch.
Começamos a sair quando estudantes na Yeshivá University e ficamos noivos. Naquela época – isso foi em 1974 – meu pai ficou doente com câncer no estômago, e a previsão médica era que ele não teria muito tempo de vida. Tendo uma educação chassídica, meu pai nos incitou a irmos ver o Lubavitch Rebe para pedir uma bênção para o nosso casamento e, ali, falar sobre a situação dele. Deveríamos dizer especificamente ao Rebe – e meu pai foi bastante inflexível sobre isso – que os médicos estavam recomendando que cancelássemos o casamento e apenas realizássemos uma breve cerimônia no hospital, pois não havia tempo para mais. Naturalmente, nem ele nem nenhum de nós queria ouvir aquilo, mas meu pai acreditava firmemente que uma bênção do Rebe o ajudaria. Então fomos ver o Rebe.
Antes da nossa audiência, entreguei uma carta listando todos os nomes hebraicos daqueles que desejavam ser incluídos em sua bênção, começando, é claro, com meu pai. O Rebe leu minha carta e respondeu: “Todos mencionados em sua carta serão abençoados.”
Mas aquilo não foi bom o suficiente para mim. E agora que estava bem em frente ao Rebe, eu decidi continuar. Não sei como consegui ter coragem de falar tão fortemente com o Rebe, mas tudo que eu estava pensando era sobre as instruções específicas de meu pai de que o Rebe o abençoasse. Então eu disse, “Eu quero pedir ao Rebe que abençoe especificamente meu pai, pelo nome, para uma completa recuperação.”
Em resposta, o Rebe simplesmente repetiu a mesma bênção: “Todos mencionados em sua carta serão abençoados.”
Ouvindo aquilo, comecei a me sentir desesperada. Àquela altura, meu futuro marido tentou intervir, mas antes que ele pudesse, o Rebe olhou para mim com seus gentis e brilhantes olhos azuis e disse em iídiche: “Não apenas seu pai viverá para o casamento, ele vai participar na alegria e na dança no casamento, e vai viver para ver ainda mais nachas.” (Não deixei de perceber que a palavra iídiche Nachas, que significa “gratificação”, é usada com frequência para se referir a netos.)
Saí do escritório do Rebe me sentindo muito aliviada. No geral, foi uma experiência linda e purificadora. Eu tinha entrado pensando que este seria meu último esforço para salvar meu pai e ao sair, de alguma forma eu sabia que funcionou.
De fato, meu pai viveu para nos ver casados. Embora ele estivesse muito fraco e doente, reuniu força suficiente para ir ao casamento. E ele viveu o suficiente para ver nosso primeiro filho nascer. Faleceu alguns meses depois, duas semanas antes do nascimento do nosso segundo filho.
Em resumo, ele viveu um ano e meio a mais que a previsão mais otimista dos seus médicos. Portanto foi extraordinário que ele tenha tido aquele tempo extra. E eu não tive dúvida de que a bênção do Rebe desempenhou um papel fundamental para tornar isso possível.
Sr. Shimon Feld
Como eu frequentava a yeshivá Chabad no Brooklyn, todo ano no meu aniversário eu tinha um encontro com o Rebe. Eram encontros muito breves, com o Rebe tipicamente me abençoando para ter sucesso nos meus estudos religiosos bem como nos estudos seculares. Mas cada encontro era especial. Cada vez, o Rebe me fazia sentir como se eu fosse a única pessoa no mundo que importava. Não havia nada como esse sentimento.
Minha esposa relatou a história da nossa audiência com o Rebe quando ela pediu a bênção para a recuperação de câncer do seu pai. A conversa entre eles – conforme me lembro – era como uma partida de tênis. Fiquei branco como papel, pois eu estava surpreso porque ela estava falando com o Rebe numa maneira tão vigorosa. Eu não podia acreditar no que estava vendo – era surreal.
Na verdade, eu estava tão chocado que não tinha palavras. Mas ela se manteve firme e recebeu a bênção que buscava. Como resultado, seu pai viveu por mais tempo do que os médicos previam. Ele estava sendo tratado em Boston pelos mais notáveis médicos do planeta, e eles todos diziam que ele tinha três meses de vida na melhor das hipóteses. Não havia como ele viver tempo suficiente para nos ver casar.
Mas o Rebe disse – e lembro-me exatamente das suas palavras – “Nit nor vet eier tate leben tzu di chasuna. Er vet mesameiach zein, un er vet tantzsen ba der un er vet leben tzu zehn nachas – Não apenas seu pai vai viver para o casamento, como vai participar com alegria e dançar no casamento, ele vai viver para ver até mais nachas.”
Era uma bênção tripla, e todas as três coisas se tornara realidade.
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