Entre os judeus, 120 anos são vistos como a duração ideal da vida. Nós abençoamos uns aos outros para “viver até os 120” e eufemisticamente se referir à morte como “após 120 anos”.
De onde veio isso e o que significa?
O Ultimato Pré-Dilúvio
A unidade de 120 anos primeiro aparece quando lemos sobre a perversidade da geração de Noach: “O Eterno disse: ‘Que Meu espírito não discorde para sempre sobre o homem, porque ele também é carne, e seus dias serão cento e vinte anos.’”1
O antigo targumim (traduções aramaicas interpretativas) junto com os comentaristas judeus mais clássicos explica; “seus dias serão cento e vinte anos” como significando que D'us tinha decidido dar à geração do Dilúvio 120 anos para corrigir seu comportamento. Se eles melhorassem suas maneiras, seriam salvos; se eles não se arrependessem antes de passar 120 anos, D'us iria assolar o mundo com um dilúvio.
Outros acham que isso significa simplesmente que a duração de vida da humanidade é completada aos 120 anos (na verdade, mesmo com os avanços da moderna medicina, ainda há muitos poucos casos documentados de pessoas vivendo mais do que 120 anos).
Moshê, O Mais Notável dos Homens
O número aparece novamente no final dos Cinco Livros de Moshê, quando lemos que Moshê viveu até os 120.2
Interessante, três outros grandes líderes – Hillel, Rabi Yochanan ben Zakkai, e Rabi Akiva – também viveram até os 120.
Obviamente, a Torá inteira está interconectada, e podemos encontrar referências à longevidade de Moshê embebidas no aviso de D'us sobre o pré-Dilúvio. A palavra hebraica que traduzimos como “porque ele também é” tem o valor numérico de 345, equivalente ao valor numérico de Moshê. O versículo portanto pode ser lido:
“... Moshê também é carne, e seus dias serão cento e vinte anos.”
Esta conexão foi feita primeiro por Rabi Elazar no Zohar3, que explica como Moshê – o condutor a quem foi dada a Torá - é aquele através do qual somos abrigados da morte. Assim, o Zohar continua, não é coincidência que o próprio Moshê seja descrito como nunca tendo falecido. O sol nunca para de dar luz mesmo depois que se põe. É apenas que após o cair da noite, a luz do sol é refletida através da lua.
Da mesma forma, Moshê e seus sucessores em toda geração continuam a liderar postumamente e nutrir mesmo depois que atingiram o estágio (e a idade) de 120.
A Reflexão do Rebe
O Rebe abordou a importância dessa data em 1980, quando a comunidade chassídica marcou 120 anos do nascimento do Quinto Rebe Chabad, Rabi Sholom Dovber Schneersohn – na cidade de Lubavitch em 20 de Cheshvan, 5621 (1860).
O Rebe destacava que o serviço continuado de Moshê está ligado à Torá que ele transmitiu. Ocorre, o Rebe concluiu, que a maneira para cada um de nós acessar a energia espiritual do Quinto Rebe é estudando seus ensinamentos da Torá.
E através dos eternos ensinamentos da Torá, atingimos um ponto tão profundo e tão sagrado que as estruturas do tempo se misturam, e nós, também, sentimos a vitalidade de Moshê e de seus sucessores em toda geração.
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