JEM, Jewish Educational Media,
Em: My Encounter with the Rebe

Durante dois anos após meu casamento, frequentei um colégio pós-rabínico para estudo de Torá, conhecido como Colel. Três meses após iniciar meus estudos, fui convocado pelo Rabino Chaim Mordechai Aizik Hodakov, secretário pessoal do Rebe e também diretor do Colel. Rabi Hodakov disse-me que tinha uma missão especial para mim, que deveria ter precedência sobre tudo o que eu estava fazendo. Instruiu-me a reservar o máximo de tempo fora dos meus estudos.

Qual era essa importante missão, que justificava minha ausência do Colel? Havia uma jovem, com dezessete anos, que estava passando por sérias dificuldades emocionais: angústia de adolescente, rebeldia, confusão religiosa, problemas de família – típicas questões de sua idade, mas em seu caso, extraordinariamente graves.

O Rebe tinha um extraordinário interesse pessoal em ajudar essa moça nessa fase de sua vida. E portanto fui recrutado para fazer o necessário para orientá-la através das suas dificuldades. Durante cerca de três meses, passei metade do meu tempo trabalhando com isso. Não fazia nada sem antes consultar o Rabino Hodakov. Ele com frequência consultava o Rebe e transmitia as instruções do Rebe sobre como lidar com cada situação em particular. Essa jovem regularmente escrevia cartas ao Rebe com várias perguntas. O Rebe respondia a cada uma das cartas dentro de poucas horas, ou pelo menos, no dia seguinte, e me instruía a discutir suas respostas com ela.

A certa altura, ela tinha escrito uma carta com várias páginas ao Rebe, na qual descrevia seu conflito e sua angústia. O Rebe respondeu e escreveu, entre outras coisas, que sentia sua dor. Então ela escreveu de volta e disse: “Rebe, não acredito. Como pode sentir minha dor? Não está passando pelo que eu estou passando. O que quer dizer que sente minha dor?”

Dentro de duas horas o Rebe respondeu, e esta era a essência da sua resposta:

“Quando você crescer e se casar, e, se D'us quiser, tiver um filho, a natureza das coisas é que durante o primeiro ano da criança, ele ou ela vão começar a ganhar dentes. Isso é dolorido e a criança chora. A mãe sente a dor como se fosse sua.”

Ele então concluiu a carta com essas palavras: “É assim que eu sinto a sua dor.”

Isso causou um forte impacto sobre ela. Discutimos isso e ela começou a entender que o Rebe estava de fato sentindo aquilo pelo qual ela passava e que estava tentando ajudá-la. Lentamente ela começou a reagir. Fez progresso, amadureceu, e as coisas melhoraram para ela.

Eu me sinto muito privilegiado por ter conhecido em primeira mão a intervenção do Rebe no destino de uma criança. Fiquei abalado ao ver como ele se colocava nisso com tamanha intensidade – respondendo as cartas dela, mais e mais vezes, durante semanas e meses. Eu não podia imaginar como um erudito e líder mundial da magnitude do Rebe tinha tamanho interesse pessoal e encontrava tempo e abria o seu coração para assegurar o bem estar de uma jovem adolescente.