A seguir, uma transcrição das observações do Rebe, dadas em um encontro particular em 5 de Av, 5727 (12 de agosto de 1967), logo após a Guerra dos Seis Dias, como lembrou Rabi Chaim Gutnick, de Melbourne, Austrália, e publicou (em hebraico) na Revista Kfar Chabad, Edição 806:

“... Três vezes em nossa geração, D'us nos concedeu oportunidades para o início da Redenção. Mas essas oportunidades foram perdidas, e a culpa foi de lideranças judaicas.

A primeira oportunidade foi em 1948. Você sabe que eu tenho um entusiasmo particular pelos comentários de Rashi da Torá. Bem, Rashi escreve em relação às águas do Dilúvio que primeiro D'us enviou "chuvas de bênção" sobre o mundo para ver se iriam se arrepender. Somente depois que percebeu que as pessoas não tomaram nenhuma atitude, Ele transformou as "chuvas de bênção” no seu completo oposto.

Esta era uma época em que até mesmo os russos apoiavam o povo judeu contra os britânicos, que haviam tentado aniquilar a nação de Israel. Este foi um momento de oportunidade. Mas os líderes judeus ficaram debatendo se queriam ou não mencionar o nome de D'us na "Declaração de Fundação de Israel". Assim, a Redenção foi adiada por cinquenta anos.

A segunda oportunidade foi na Campanha do Sinai [de 1956]. Se o povo judeu tivesse acreditado que sua salvação viria de D'us e não de MIGs franceses e aviões de guerra britânicos, tudo teria sido diferente. Mas nunca houve uma oportunidade como esta. Esta foi uma guerra vencida pela Torá e Mitsvot. Não há dúvida sobre isso. Um judeu em Moscou recitou Salmos, e um judeu em Buffalo, Nova York, colocou tefilin, e isso ajudou os judeus a derrotar seus inimigos na Terra de Israel.

Se os líderes judeus tivessem aproveitado a oportunidade para despertar o povo para a observância da Torá e mitsvot, nossa situação hoje seria totalmente diferente. Pense nisso: um jovem em Israel foi convocado, entregaram-lhe uma Uzi, e lhe disseram: "Deixe sua esposa e filhos em casa e vá a El-Arish para lutar."

Em todas as guerras há trapaceiros; aqui, nenhum judeu, nem mesmo um para quem a palavra "judeu" não é mais do que um nome, recusou-se a lutar. Era um tempo em que todo o povo de Israel estava em estado de "Nós faremos e ouviremos". Quando este jovem lutou em El-Arish, sua Torá e mitsvot lutaram por ele. A Shechiná (Presença Divina) desceu às trincheiras para ajudar o soldado a lutar nas fronteiras da Terra de Israel.

Se os líderes judeus tivessem dito aquele soldado que utilizasse as reservas de fé e coragem que foram reveladas nele durante a guerra para um compromisso com a Torá e mitsvot, com o mesmo "Nós faremos e ouviremos", ele, e Toda a nação judaica, teriam respondido, e tudo teria sido diferente. Mas novamente os líderes permaneceram em silêncio, e a grande oportunidade foi perdida. Eles eram muito tímidos para dizer ao judeu a verdade: que este é o momento para um retorno à Torá.

O primeiro capítulo da primeira seção do Shulchan Aruch (Código de Lei Judaica) começa não com os "Treze Princípios de Fé" de Maimonides, mas com a decisão de Rama de que "Não se deve deixar intimidar por escarnecedores". Por quê? Porque quando um não cumpre esta regra, é impedido de cumprir todo o Shulchan Aruch. Talvez eu fale muito bruco, mas a liderança judaica está falida. Eles evitam-me porque sabem que eu exigirei deles que falem a verdade. Sua timidez para falar a verdade, ao contrário da regra, de "Não se deve deixar intimidar por escarnecedores"., está impedindo a Redenção.

Os judeus devem ser instruídos a guardar a Torá e as mitsvot. Eu iniciei a campanha de tefilin – e isso é apenas o começo. Minha esperança é que, através da mitsvá do tefilin, o povo judeu seja aproximado de outras mitsvot - manter a cashrut e o Shabat, e, finalmente, toda a Torá. Meu objetivo é que milhões de mãos adicionais transformem-se em tefilin – que vestem mãos.

O povo judeu responderá quando falarem sobre Torá e mitsvot. Não só os adolescentes - também os de quarenta anos, pessoas avançadas e estabelecidas em suas vidas, estão prontas para escutar a verdade, somente se seus líderes falarem para eles. Ainda não perdemos a oportunidade. Ainda não é tarde demais. Agora é agosto. Se fizermos nosso trabalho, se os shluchim [fizerem o seu trabalho e falarem ao mundo a verdade, poderemos trazer a Redenção.”