Por Eliyáhu Raitport
The Rebe and Chassid, vol. 3,
publicado pelos alunos da United Lubavitcher Yeshiva of Brooklyn
O casamento de meu tio, Rabi Chaim Raitport, com Milka Sudakevitch estava marcado para acontecer em Kfar Chabad no inverno de 1991, em 23 de Shevat de 5751. Algumas semanas antes do casamento, irrompeu a guerra entre Estados Unidos e Iraque, uma guerra que mais tarde ficou conhecida como Operação Tempestade no Deserto. Todos estavam preocupados: deveria a família toda ir para Israel ou não?
Meu avô, Rav Yitschac Raitport, meu pai e meu tio Chaim foram todos ao Rebe antes do casamento. Era um domingo, 9 de Shevat, quando eles esperaram na fila para receber um dólar do Rebe (que mais tarde seria trocado e distribuído para caridade) e para pedir-lhe a bênção. Quando chegou a vez do meu avô, um dos secretários do Rebe, Rabi Leibl Groner, informou o Rebe que eles estariam celebrando um casamento em Israel dentro de duas semanas. O Rebe perguntou ao meu avô se todos da família pretendiam ir. Meu avô respondeu que não sabia o que fazer, tendo em vista a situação em Israel; deveriam adiar o casamento, transferi-lo para os Estados Unidos, ou diminuir o número de pessoas que iriam, i.e., apenas meu avô, o noivo e meu pai.
O Rebe olhou para meu avô e disse: “Você é um Rav [alguém que decide sobre a Lei Judaica] que pode pasken dinim [decretar em assuntos da Lei Judaica]! Se não for, então estará decretando que a Terra de Israel é um local perigoso. Vocês deveriam viajar, homens, mulheres e crianças, e eu lhe direi que tudo correrá bem e que nada de mal acontecerá. Todos das aldeias próximas devem ir ao casamento e a cerimônia será realizada publicamente e com muita simchá [júbilo], como se nada houvesse de errado e o casamento será feito numa hora boa e auspiciosa.”
Com a bênção do Rebe, meu tio, pai e toda a família foram a Israel. A bênção do Rebe tornou-se pública em Israel e foi divulgada pelo rádio, dando ao povo judeu na Terra Santa uma força e certeza muito necessárias naqueles tempos assustadores de aposentos selados, máscaras contra gás e ameaça de guerra química.
Embora eles tenham sido aconselhados a começar o casamento mais cedo e reduzir as festividades para que as pessoas pudessem voltar para casa antes de escurecer, o casamento ocorreu no horário planejado. A chupá, que tinha sido marcada para as 19h, atrasou um pouco e aconteceu às 19h14 em frente à sinagoga principal de Kfar Chabad.
As celebrações e danças duraram até 23h30. O salão estava lotado. Meu pai estava curioso para saber quantos convidados havia, pois nem nosso lado da família nem o da noiva reconheceram diversas pessoas presentes. Quando meu pai perguntou a algumas pessoas o que as levara ao casamento, elas explicaram que a bênção do Rebe fora transmitida pela rádio, encorajando as pessoas de localidades distantes a comparecer, então elas foram!
Quando o casamento terminou, meu pai e alguns outros membros da família estavam esperando do lado de fora para voltarem ao hotel em Jerusalém quando o guarda local chegou. Com ele estava um soldado que tinha acabado de deixar o serviço na Bateria Patriota Anti-Mísseis, perto de Kfar Chabad. O soldado perguntou-lhes a que horas tinha sido a chupá. Quando lhe disseram 19h14, ele respondeu: “O Rebe está vigiando vocês.”
Ele explicou que mais cedo, naquela noite, três F16 americanos estavam voando numa missão noturna sobre o oeste do Iraque quando viram três lançadores de mísseis SCUD preparando-se para bombardear Israel. Os aviões atiraram bombas sobre os lançadores de mísseis SCUD.
Segundo os registros do exército, as bombas caíram às 19h14.
Rabi Chaim e Sra. Milka Raitport são emissários do Rebe em Caracas, Venezuela.
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