Por Lia Raicher (Adina Sarah bat Mashe)
Na verdade, nunca tive dúvidas sobre minhas raízes judaicas, pois ao mesmo tempo que achava "besteira" seguir a religião em seus mandamentos originais, nunca tive dúvidas de que eu era judia e nunca pensei em mudar isso na minha vida.
Com isso, óbvio que achei que deveria me casar por amor, e, mais óbvio que esse amor não era um judeu. Desse relacionamento, D'us me abençoou com um filho, que chegou num momento delicado, onde minha mãe estava muito doente, e na esperança de conhecer o neto, ela juntou forças para a cura, e, B'H, até hoje está conosco.
Depois dessa etapa, me separei, e meu filho, hoje, mesmo sendo judeu legítimo, mas tendo contato com um pai e vendo duas religiões na sua frente, me demonstra a cada dia que veio para revelar a importância de D'us em nosso lar.
Num outro momento muito delicado, causado, inclusive pelo fim do casamento, passei a frequentar uma sinagoga. Fui, na verdade, ver como era e tentar achar amiguinhos (lazer) para meu filho. Com isso, escrevi uma carta ao Rebe, com a ajuda de meu Rabino, onde a tradução, veio mais ou menos assim: "Coloque mezuzot nas suas portas e seu filho numa escola judaica; case-se de novo e tenha um lar judaico".
Colocar as mezuzot nas minhas portas parecia o que seria mais fácil (apesar de mágica a colocação, pois como o Rebe sabia que eu não havia colocado ainda?), mas, dar estudo judaico para meu filho, impossível, pois a mensalidade superava o valor total do que eu recebia mensalmente pelo meu trabalho. Casar então, quem iria querer, já com um filho, dentro de uma comunidade tão conservadora?
Pois, colocando as mezuzot na minha porta, conheci um rapaz, judeu, que também estava afastado, e que procurava por curiosidade uma sinagoga, depois de insistentes pedidos de amigos que não eram ainda judeus (mas estavam em fase de conversão).
Começamos a namorar, e a mãe desse rapaz conseguiu me mostrar caminhos para conseguir estudo judaico para o meu filho através de um projeto. Nos casamos, somos felizes (eu, ele e meu filho), não passamos necessidade, e somos mais convictos do poder de Hashem em nossas vidas. Conhecemos o poder do Rebe em suas palavras, com a resposta de sua carta, trazendo luz, paz e shalom bait à nossa família.
Meu filho, por iniciativa própria, pois não tenho esse hábito, e de mim ele não poderia ter copiado essa ação, faz questão de beijar as mezuzot, ainda parando na porta e me alertando sobre a minha obrigação. Reza à noite o "Shemá" e muito embora já saiba de cor, me fala que não sabe e que precisa da minha ajuda, me incentivando, a pronunciar também, todas as noites essa reza.
Descobri mais uma brachá em minha vida, estou grávida e não tinha como deixar de compartilhar com o meu povo essa minha alegria e todas as minhas conquistas por ter acreditado em D'us e seguido as orientações Dele nas cartas do Rebe.
Que D'us abençoe à todos, e que traga brachá à todos que necessitam!
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