A história a seguir foi contada pelo secretário do Rebe, Rabi Binyomin Klein, de abençoada memória:
Era uma manhã de inverno em 1966, cerca de 3h30 da madrugada. O Rebe já tinha ido para casa – um tanto cedo, considerando que não tinha havido audiência privada naquela noite. Logo depois o telefone tocou. Atendi e perguntei: “Quem fala?”
“Meu bebê,” disse a voz de uma mulher frenética. “Ele acaba de cair – está gravemente ferido.”
Aparentemente os médicos estavam discutindo sobre os procedimentos por causa da grave condição do bebê.
“Por favor, você pode contatar o Rebe para mim?” pediu desesperada. “Preciso de uma bênção agora mesmo, e do conselho dele.”
“Sinto muito,” expliquei, “mas o Rebe já deixou o escritório. Creio que vai ter de esperar até o amanhecer. Mas prometo - a primeira coisa que farei será pedir ao Rebe.”
A mãe implorou: “É uma questão de vida ou morte. Preciso de uma resposta agora.”
Fiquei olhando para o telefone, imerso em pensamentos. O Rebe poderia estar em sono profundo. Mas apesar disso finalmente decidi fazer uma tentativa. Se o telefone fosse atendido, eu pediria desculpas por ligar tão tarde. Disquei, sentindo-me pouco à vontade. A Rebetsin atendeu. “Ver ret (quem está falando)”
Dei meu nome e imediatamente disse: “Sinto muito por ligar tão tarde,” e continuei pedindo desculpas, pois era uma chutspá (ousadia) ligar naquela hora.
Então continuei: “Mas há uma senhora aqui desesperada. Ela diz que é uma questão de vida ou morte.” Descrevi o sofrimento da mulher.
A Rebetsin exclamou: “Por que você está pedindo desculpas? Pelo contrário; é para isso que meu marido e eu estamos aqui. Devemos servir aos judeus vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. Para nós, não existe ‘intervalo’!
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