1. O pai e o Marido da Rebetsin eram Ambos Rebes

O Rebe e seu sogro, o Rebe Anterior, em Purkersdorf, Áustria. (Foto: JEM/The Living Archive)
O Rebe e seu sogro, o Rebe Anterior, em Purkersdorf, Áustria. (Foto: JEM/The Living Archive)

“Rebetsin” é um título em iídiche derivado da palavra hebraica “rabino”. Geralmente conota uma mulher casada com um rabino e/ou sábia e instruída por esfoço e mérito próprio. Rebetsin Chaya Mushka Schneerson era a segunda de três filhas do Rabino Yosef Yitzchak (o sexto Rebe de Chabad) e Rebetsin Nechama Dina Schneersohn. Seu marido, um primo distante, tornou-se o sétimo Rebe, Rabi Menachem M. Schneerson.

2. Seu avô, o Quinto Rebe, Sugeriu o Nome dela/h2>
O Quinto Rebe de Chabad, Rabi Shalom DovBer Schneersohn.
O Quinto Rebe de Chabad, Rabi Shalom DovBer Schneersohn.

Quando ela nasceu (25 de Adar de 1901), seu avô, o quinto Rebe Chabad, Rabino Shalom DovBer, estava viajando para o exterior e ele telegrafou para seu pai:
“… Mazal tov pelo nascimento de sua filha... se ela inda não recebeu um nome, ela deveria ser chamada Chaya Mushka (o nome da esposa do Tzemach Tzedek [o terceiro Rebe Chabad]).”

3. Ela era conhecida como Moussia

Detalhe do passaporte soviético da Rebetsin. (Foto: Mídia Educacional Judaica/Primeiros Anos)
Detalhe do passaporte soviético da Rebetsin. (Foto: Mídia Educacional Judaica/Primeiros Anos)

Entre familiares e amigos próximos, ela era conhecida como “Mussia”, um equivalente russo/iídiche de Mushka. Nos documentos legais estava escrito: Moussia.

4. Ela Incentivou Suas Amigas a Acenderem velas de Shabat

Chaya Simons acendendo velas.
Chaya Simons acendendo velas.

Desde cedo ela seguiu o costume (que seu marido mais tarde transformou em uma campanha internacional) de que as meninas acendessem uma única vela de Shabat, mesmo antes do casamento. Ela incentivava suas amigas a acender também, independentemente de havia precedentes para agr assim em suas famílias.

5. Ela Era Uma Figura Central para o Chassidismo

Detalhe do documento autorizando a Rebetsin a agir legalmente em nome de seu pai.
Detalhe do documento autorizando a Rebetsin a agir legalmente em nome de seu pai.

Enquanto o comunismo apertava o cerco e perseguições à comunidade judaica, Rabino Yosef Yitzchak corajosamente liderou a luta para manter a observância judaica e o estudo da Torá. Então, com 20 e poucos anos, Chaya Mushka estava ao lado de seu pai em seu ativismo. Equilibrada e corajosa, seu pai a autorizou a agir em seu nome em todos os assuntos. Quando os soviéticos prenderam seu pai e o condenaram ao exílio na distante Kostroma, ela o acompanhou a seu pedido. No dia 12 de Tamuz, ela foi a portadora da boa notícia da libertação de seu pai.

6. Suas Atividades se Espalharam Além de Chabad

A residência do Rebe Rashab e Rebe Rayatz em Rostov. (Photo: בתוך הגולה (אלישיב קפלון), חיש תשע"ב)
A residência do Rebe Rashab e Rebe Rayatz em Rostov. (Photo: בתוך הגולה (אלישיב קפלון), חיש תשע"ב)

Enquanto morava em Rostov, ela contrabandeava regularmente comida e velas para a yeshivá Novardok, uma instituição não chassídica de aprendizado de Torá localizada na cidade.

7. Seus Sogros Não Puderam Comparecer ao Seu casamento

Os pais do Rebe, Rabi Levi Yitzchak e Rebetsin Chana Schneerson. (Fotos: Kehot Publication Society/JEM)
Os pais do Rebe, Rabi Levi Yitzchak e Rebetsin Chana Schneerson. (Fotos: Kehot Publication Society/JEM)

No outono de 1927, no dia seguinte a Simchat Torá, a família Schneersohn deixou a União Soviética e mudou-se para Riga, Letônia. Chaya Mushka já estava noiva do rabino Menachem M. Schneerson, que deixou a Rússia com sua família.

O casamento ocorreu em Varsóvia em 1928. As autoridades não permitiram que os pais do Rebe, Rabi Levi Yitzchak e Rebetsin Chana Scheerson, deixassem a União Soviética, e eles realizaram uma celebração paralela em seu apartamento em Dnepropetrovsk (Yekatrinoslav), que durou ao longo da noite.

8. Ela Salvou Um Homem de Uma Bomba Nazista

Bombardeiro alemão da Luftwaffe. (Foto: Wikimedia Commons)
Bombardeiro alemão da Luftwaffe. (Foto: Wikimedia Commons)

Logo após o casamento em Varsóvia, na Polônia, o casal recém-casado se estabeleceu em Berlim, mas com a ascensão do nazismo, mudou-se para Paris. Em maio de 1940, a França foi invadida por forças alemãs e, como muitos judeus franceses, o casal fugiu para Nice, no sul da França. Durante a fuga, houve um bombardeio devastador. Enquanto as pessoas corriam em todas as direções, Chaya Mushka notou uma bomba indo em direção a um homem ao lado dela. Empurrando-o rapidamente para o chão, ela salvou sua vida. Recontando essa história décadas depois, a Rebetsin disse: "É verdade, eu salvei a vida dele, mas para derrubar um judeu é preciso fazer teshuvá".

9. Ela e Seu Marido Perderam Irmãos Vítimas do Nazistas

Local da vala comum onde o irmão do Rebe, DovBer, foi assassinado e enterrado pelos nazistas, no outono de 1941. (Foto: Jewish Educational Media)
Local da vala comum onde o irmão do Rebe, DovBer, foi assassinado e enterrado pelos nazistas, no outono de 1941. (Foto: Jewish Educational Media)

Embora Chaya Mushka e seu marido tenham chegado às costas americanas na primavera de 1941, sua irmã mais nova, Sheina, e seu marido, o rabino Menachem Mendel Horenstein, ainda estavam presos na Polônia. Após a guerra, descobriu-se que eles morreram nas câmaras de gás de Treblinka.

Quando a guerra estourou, seus sogros estavam na aldeia de Chiili, (atual Shieli) Cazaquistão, onde o rabino Levi Yitzchak foi forçado ao exílio como punição por seus esforços em prol do judaísmo. Ironicamente, isso os salvou do ataque nazista. Seu filho, DovBer, no entanto, foi assassinado pelos nazistas e enterrado em uma vala comum.

10. Ela Foi Fundamental Para Que Seu Marido se Tornasse Rebe

Farbrengen nos primeiros anos da liderança do Rebe. (Foto: JEM/The Living Archive)
Farbrengen nos primeiros anos da liderança do Rebe. (Foto: JEM/The Living Archive)

Após o falecimento de seu pai em 1950, a liderança do movimento Chabad-Lubavitch mundial passaria para o marido de Rebetsin Chaya Mushka. Apesar do Rebe inicialmente relutar em aceitar o manto da liderança, foi sua esposa, a Rebetsin, que, apesar do grande sacrifício pessoal que isso acarretaria, finalmente o convenceu a assumir o cargo.

Após a morte de seu pai em 1950, a liderança do movimento Chabad-Lubavitch mundial passou para o marido de Rebetsin Chaya Mushka. Apesar de sua recusa inicial em aceitar o manto, foi sua esposa, a Rebetsin, que, apesar do grande sacrifício pessoal que isso acarretaria, finalmente o convenceu a aceitar o cargo.

11. Ela Esperaria Pelo Rebe

Por décadas, o Rebe chegou ao seu escritório no meio da manhã e lá permanecia até bem depois da meia-noite. Nas noites em que recebia pessoas para audiências privadas (yechidut), o Rebe costumava chegar em sua casa às sete da manhã. Auxiliares e confidentes lembram que a Rebetsin muitas vezes ficava acordada a noite toda, pronta para receber seu marido.

12. Ela se Orgulhava das campanhas de Seu Marido

O Rebe encoraja os “tanquistas” no Brooklyn antes de partirem para Manhattan durante as primeiras semanas após o lançamento dos mitsvá Tanks. (Foto: JEM/The Living Archive)
O Rebe encoraja os “tanquistas” no Brooklyn antes de partirem para Manhattan durante as primeiras semanas após o lançamento dos mitsvá Tanks. (Foto: JEM/The Living Archive)

Aqueles que conheciam a Rebetsin atestam que ela se orgulhava muito das campanhas de mitsvá iniciadas por seu marido; ela, mais do que ninguém, compreendia o pensamento que estavam incutidos neles.

13. Ela costumava se referir a si mesma como 'Sra. Schneerson'

A casa do Rebe e da Rebetsin na President Street © Marko Dashev www.markodashev.com
A casa do Rebe e da Rebetsin na President Street © Marko Dashev www.markodashev.com

A Rebetsin Chaya Mushka evitava os holofotes e raramente aparecia em público, onde sem dúvida seria recebida como a reverenciada rebetsin. Em vez disso, ela optou por permanecer dentro de um pequeno círculo social onde seria tratada com discrição. Ao fazer ligações telefônicas, ela geralmente se referia a si mesma simplesmente como “Sra. Schneerson da President Street.”

14. Ela Não Foi Abençoada com Filhos, Mas Possuía Milhares de Descendentes

O Rebe, Rabi Menachem M. Schneerson de abençoada memória, lidera um farbrenguen na sinagoga do 770, Shevat 1976.
O Rebe, Rabi Menachem M. Schneerson de abençoada memória, lidera um farbrenguen na sinagoga do 770, Shevat 1976.

A Rebetsin não tinha filhos, mas quando uma criança a visitava em sua casa e lhe perguntava: "Onde estão seus filhos?" ela respondia que os chassidim, aqueles que seguiram os caminhos ensinados por seu marido, eram seus filhos.

15. Ela “Podia dar Bênçãos”

A Rebetsin. (Foto: JEM/The Living Archive)
A Rebetsin. (Foto: JEM/The Living Archive)

Certa ocasião, a Organização das Mulheres de Lubavitch lhe enviou um buquê de flores, junto com uma lista de pessoas para as quais foram solicitadas bênçãos. Deixando de lado as flores para a Rebetsin, o secretário passou a carta ao Rebe que, observando que era endereçada à sua esposa, pediu ao seu secretário que a entregasse a ela, dizendo: “Ela também pode dar bênçãos”.

16. Ela Faleceu em 22 de Shevat

Uma mulher reza no local de descanso da Rebetsin.
Uma mulher reza no local de descanso da Rebetsin.

A Rebetsin faleceu na quarta-feira, 22 de Shevat, em 1988, após uma breve doença. Seu enterro ocorreu algumas horas depois na seção Chabad do Montefiore Cemetery no Queens, Nova York. Pouco antes de sua morte, Rebetsin Chaya Mushka pediu um copo de água. Depois de recitar a bênção, "... por cuja palavra todas as coisas vêm a existir", ela devolveu sua alma ao seu Criador.

A data de seu falecimento foi posteriormente escolhida para anualmente ocorrer a Conferência Mundial (Kinus HaShluchot) das mulheres emissárias de Chabad Lubavitch.

17. Milhares de Meninas receberam Seu Nome

Milhares de shluchot na foto oficial do grupo durante a conferência internacional realizada no Brooklyn, NY, em 15 de fevereiro de 2020. (Foto: Naftoli Goldgrab / Kinus Hashluchos / Chabad.org)
Milhares de shluchot na foto oficial do grupo durante a conferência internacional realizada no Brooklyn, NY, em 15 de fevereiro de 2020. (Foto: Naftoli Goldgrab / Kinus Hashluchos / Chabad.org)

Após o falecimento da Rebetsin, o Rebe solicitou que as meninas recebessem o nome dela. Até hoje, milhares de jovens levam orgulhosamente o nome de Chaya Mushka, continuando seu legado de devoção e inspiração.