Era uma fria madrugada de inverno. O ano 1966. Três e meia da manhã. O Rebe já tinha retornado mais cedo para casa naquele dia, considerando que não ter havido nenhuma yechidut, encontro particular, naquela noite.

Foi nessa hora que uma mulher telefonou desesperada para o secretário do Rebe, dizendo que seu bebê tinha acabado de cair e se machucado gravemente. Os médicos estavam discutindo sobre os procedimentos por causa do estado crítico da criança. Ela precisava desesperadamente de uma beracha, (benção) e conselho do Rebe sobre o que fazer.

O secretário do Rebe desculpou-se explicando que devido ao horário avançado, ela esperasse e que esse seria o primeiro pedido que ele faria ao Rebe logo ao amanhecer.

A mãe implorou: "É uma questão de vida ou morte. Preciso de uma resposta agora."

O secretário decidiu ligar para a residência do Rebe, e assim que alguém atendesse o telefone ele iria pedir desculpas por chamar tão tarde. Ele discou com dificuldade, preocupado pelo horário tão impróprio; a Rebetsin, esposa do Rebe, atendeu.

"Ver ret (quem fala)?"

O secretário deu seu nome e imediatamente emendou, “Estou chateado de estar ligando tão tarde”, e continuou a estender em pedidos de desculpas – como "era uma chutspá chamar em uma hora tão tardia e imprópria, mas há uma senhora ao meu lado em desespero. Ela afirma que é uma questão de vida ou morte”. E ele descreveu sua situação.

A Rebetsin exclamou, "Por que está se desculpando? Adaraba (ao contrário), meu marido e eu fomos enviados a esse mundo para servir os yiden (judeus) 24 horas por dia, sete dias por semana. Com o seu chamado você está nos ajudando a cumprir nossa shlichut”.