Como você certamente sabe, as perguntas que faz a respeito dos caminhos de D’us, etc., já são encontradas na Torá shebiksav (Torá Escrita) e shebe'al-peh (Torá Oral), pois são naturais em épocas de tensão.
Uma resposta geral, que é na verdade evidente por si mesma, embora difícil de aceitar em um estado de perturbação emocional, é que com certeza não é lógico limitar o Criador em Seus desígnios e ações para adaptar-se ao entendimento de um ser humano criado.
Muitas vezes tive oportunidade de citar uma simples ilustração no sentido de que ninguém pode esperar que uma criança entenda as ideias e ações de um mestre erudito, embora o próprio mestre tivesse certa vez sido uma criança, e a criança de hoje, a seu tempo, tenha o potencial até mesmo para suplantar o mestre. Quanto mais então, e incomparavelmente, quando se trata da Infinita Inteligência do Criador face a face com a inteligência finita e limitada de um ser humano criado. Isso, certamente, não será uma revelação para você; apenas, como declara a Torá, é difícil para uma pessoa aceitar o consolo na época de sofrimento.
Entretanto, com o devido respeito, devo dizer que fiquei muito, muito mesmo, admirado com sua declaração: "Onde está meu pai?" Conhecendo as origens de sua família, bem como a sua e a de seu marido, certamente é desnecessário lembrar a você que a alma é eterna, e além disso, sua sobrevivência após a morte do corpo não é algo que deve ser acreditado, mas puro bom senso.
Pois, obviamente, a moléstia física que afeta o corpo não pode afetar a alma, que é espiritual; pode apenas afetar e terminar a união do corpo e alma, mas não a própria alma.
Seria supérfluo dizer o exposto acima para você, exceto que isso tem uma consequência direta e um rumo sobre o qual deveria ser sua atitude e conduta. Pois, embora a alma seja eterna e, de fato, esteja agora em um estado onde não é cerceada pelas limitações do corpo, está completamente cônscia daquilo que está acontecendo na família.
Quando se percebe que esta é a causa de sofrimento acima e além dos limites de luto prescritos pela Torá, Torá Chaim [a Torá de Vida] – e é obviamente perturbado por isso, esta não é a maneira de contribuir com a paz e felicidade da alma.
Também já tive oportunidade de mencionar que, mesmo durante a permanência da alma nesta vida, quando está revestida do corpo físico, o verdadeiro vínculo entre as pessoas e os membros da família não é físico, mas espiritual, pois aquilo que faz a verdadeira pessoa não é sua carne e ossos, mas seu caráter e qualidades espirituais. Portanto, este vínculo permanece, e todos aqueles que amaram muito a pessoa deveriam tentar ainda mais trazer alegrias à sua alma eterna, e contínua elevação espiritual (aliyas haneshomoh) pela grande adesão à Torá. Toras Emes [a Torá da Verdade], em geral, e especialmente no reino diretamente relacionado ao passamento da alma – observar o que está prescrito para o período de Shivá [os sete dias de luto], mas não expandi-lo, e da mesma forma quanto ao período de Shloshim [30 dias de luto aliviado], mas não além, e então e sempre, servir a D’us pelo cumprimento de Suas mitsvot como deveria ser este serviço – com júbilo e alegria no coração.
E D’us certamente a recompensará por toda a tristeza, embora neste instante ainda seja incompreensível como isso será recompensado.
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