Paris, 1971. Um estudante rabínico estava numa avenida movimentada, perguntando aos transeuntes se eram judeus e se queriam colocar tefilin.

Joseph Schoukroun, um jovem aspirante a engenheiro nascido numa família judaica na Argélia, estava levando uma vida secular, e não sabia muito sobre sua linhagem. Quando foi indagado se era judeu, respondeu com uma afirmativa. Em reação à oferta do, ele concordou. Colocou tefilin pela primeira vez em sua vida, e seguiu seu caminho.

À medida que os dias passavam, a pergunta “você é judeu” continuou a instigar sua mente sem lhe dar descanso. Então ele parou numa livraria e comprou alguns livros sobre Judaísmo. À medida que lia e absorvia as informações, começou a fazer pequenas mudanças em sua vida.

O tempo passou, e o trabalho levou Joseph a Brunoy, um subúrbio no sudeste de Paris. Ao indagar sobre comida casher, foi direcionado à yeshivá Chabad que tinha sido fundada ali pouco depois do fim da Segunda Guerra. Foi cumprimentado por dois alunos da yeshivá que começaram a conversar com ele. Logo perceberam que a sede de Joseph pelo conhecimento de Torá era insaciável.

A yeshivá promovia regularmente seminários para alunos da universidade avançarem no estudo de Torá, e eles convidaram Joseph a participar. Ele aceitou o convite e começou a estudar com entusiasmo, passando oito meses na yeshivá vivendo como um judeu observante. Durante aquele tempo ele ouviu muito falarem do Rebe e quis encontrá-lo pessoalmente em Nova York.

E então, Joseph marcou uma audiência. Segundo o costume estabelecido, Joseph escreveu uma longa carta descrevendo suas origens, as dúvidas que tinha e as muitas outras perguntas, algumas pertinentes aos costumes chassídicos.

Durante a audiência, Joseph leu suas perguntas em voz alta, e o Rebe respondeu a cada uma delas. Então Joseph disse: “Tenho ouvido muito falar sobre o senhor nos últimos oito meses, e segundo meus cálculos, os parisienses têm um amor exagerado pelo senhor.”

O Rebe sorriu e respondeu: “O que posso fazer? Eu mesmo tenho um amor exagerado por todo judeu!”

Joseph, agora conhecido como Yossef, retornou à França e continuou seus estudos. Casou-se e construiu uma linda família judaica, e tornou-se envolvido em partilhar o amor e sabedoria do Rebe com muitos judeus parisienses.


Nota:
Adaptado de Sichat Hashavuah 805 (6 de junho de 2002) e do diário pessoal de Yossef Schoukroun – 1938-2012.