O pensamento chassídico ensina que o âmago da alma de toda pessoa é a yechidá, uma centelha espiritual unida a D’us. Quando o nível de yechidá se manifesta, uma pessoa acredita, não porque de repente tem um “motivo” para acreditar, mas porque naquele plano, a Divindade é a única realidade; nada mais existe. Esta verdade é tão poderosa que mesmo quando a pessoa existe dentro de nossa estrutura material de referência, deve reconhecê-la.

Assim como cada alma individual possui uma yechidá, em toda geração existe um indivíduo que constitui a yechidá da nação judaica como um todo. A Divindade é tão real para este indivíduo quanto a existência material é para nós.

Quando as pessoas entram em contato com este indivíduo, não podem permanecer imutáveis. Pelo contrário, encontrar uma pessoa cuja yechidá é abertamente revelada estimula sua própria yechidá a expressar-se.

Isso explica por que quando as pessoas conhecem o Rebe, começam a acreditar. Pois uma pessoa que ainda não era observante, aprender os ensinamentos do Rebe com frequência proporciona aquele primeiro passo vital rumo à conscientização e prática judaicas. Se uma pessoa já era observante, ideias que ele sabia e aceitava subitamente são sentidas como a real verdade.

Mashiach é descrito como a própria yechidá da história. Por ocasião de sua vinda, tamanha percepção inata de D’us se espalhará no mundo inteiro. Isso ajuda a explicar por que o Rebe pressionou tanto pela vinda da Redenção. Não foi apenas pelo fato de ele ser um visionário, apto a avaliar que o clima espiritual dos tempos está mudando, e que “o tempo da Redenção chegou”. Havia algo mais fundamental envolvido. Como o Rebe está identificado com a yechidá, Mashiach é sua missão.

Desde a primeira infância ele foi um precursor do futuro, já possuindo o estado de espírito que caracteriza a era de Mashiach, e ele compartilhou este estado de espírito com os outros. Esta partilha foi mais que um contato entre mentes; foi uma conexão entre almas. Quando você ficava frente a frente com o Rebe, você acreditava, você sentia, você vivia Mashiach.

O Zôhar ensina: “Quando um justo se vai, ele pode ser encontrado em todos os mundos, mais que durante sua vida.”

No Tanya, Rabi Shneur Zalman explica que isso não se refere apenas aos reinos espirituais. A intenção é que mesmo neste mundo material, a presença do justo é mais fortemente sentida após seu passamento que durante sua vida. Depois do falecimento, as restrições físicas não existem mais.

Depois do falecimento do Rebe Anterior, o Rebe disse aos chassidim para continuarem dirigindo seus pedidos de bênçãos ao Rebe Anterior. “Ele encontrará uma maneira” – explicou o Rebe – “de comunicar sua resposta.”

Aquilo que o Rebe declarou sobre o Rebe Anterior certamente se aplica a ele mesmo. Como indicam tantas histórias da vida real, ele encontra uma maneira de responder. Seja através dos sonhos do Rebe, preces no seu local de repouso (no Ohel), ou colocando pedidos de orientação escritos ao acaso em um dos muitos volumes de cartas do Rebe (Igrot Côdesh), o Rebe encontra uma maneira de dar sua resposta.

Porém esta é apenas parte da história. Talvez o mais importante seja o fato de que a obra do Rebe – a divulgação do Judaísmo, feita da maneira mais completa, para que leve à chegada de Mashiach – continua a crescer. O número de novos sheluchim, casais jovens indo para novos locais para colocar em prática a missão do Rebe, tem crescido ano a ano. Novos Centros de Lubavitch estão brotando continuamente, e os centros já existentes estão ampliando seu alcance de atividade. A influência do Rebe é sentida ainda mais do que antes.

O Rebe ainda é uma fonte de energia e vitalidade para todos nós. E com aquela energia e vitalidade, devemos fazer nossa parte para ampliar a missão da qual ele encarregava todas as pessoas; preparar a nós mesmos, e ao mundo inteiro, para receber Mashiach e criar um ambiente no qual seu propósito possa ser realizado.