Após o falecimento de Rabi Shneur Zalman em 1813, seu filho Rabi DovBer (tio e sogro de Rabi Menachem Mendel, o Tsêmac Tsêdec) foi apontado como sucessor. Nesta época Rabi Menachem Mendel deu início a um período de catorze anos de retiro, durante o qual devotou ao estudo e à prece. Emergiu para desempenhar seu papel na vida pública em 1826, quando Rabi DovBer foi acusado de atividades subversivas. Sua primeira providência foi organizar um comitê em defesa de Rabi DovBer.

Quando Rabi DovBer faleceu em 1827, os chassidim convidaram Rabi Menachem Mendel a aceitar a liderança do Movimento Chabad-Lubavitch. Durante muitos meses ele rejeitou a enorme responsabilidade deste cargo, mas finalmente, atendeu ao pedido de maneira relutante.

Rabi Menachem Mendel era um escritor prolífico. Suas obras contêm uma síntese excepcional dos aspectos “esotérico” e “exotérico” da Torá – as idéias talmúdicas, midráshicas, cabalistas e chassídicas estão lucidamente entremeadas. Ele certamente teria preferido continuar com seus escritos, editar as obras de seu avô e de seu sogro, e liderar as dezenas de milhares de chassidim que tinham se alistado nas fileiras de Lubavitch. Porém esta época tinha sua própria cota de problemas que os judeus tinham de enfrentar.

Os judeus da Rússia eram barrados da maioria das ocupações e oportunidades de negócios, e a pobreza entre eles era avassaladora. Profundamente interessado na situação econômica do povo judeu, Rabi Menachem Mendel aconselhava os chassidim a se engajarem na agricultura sempre que possível, e dava ajuda financeira àqueles que seguiam seu conselho.

Naquela época era política do governo russo dificultar o assentamento dos judeus nas aldeias, portanto Rabi Menachem Mendel comprou uma vasta extensão de terra perto de Minsk e ali assentou numerosas famílias. Em 1844, adquiriu do Príncipe Shzedrinov outra grande área com florestas adjacentes na Província de Minsk, e ali estabeleceu o assentamento de Shzedrin. Foi organizado um conselho para gerir seus negócios.

A fundação de Shzedrin causou uma profunda impressão, tanto em judeus quanto em não-judeus. Num relatório oficial feito por um funcionário da Província de Minsk ao Ministro do Interior, citaram o Rabino Schneersohn da cidade de Lubavitch com respeito e elogios. O relatório mencionava que ele tinha comprado uma grande área e ali estabelecido um assentamento para judeus, dessa maneira elevando suas condições de vida e melhorando sua situação. Falava também da grande influência exercida pelo Rabino de Lubavitch sobre todos os judeus que viviam dentro “dos limites do assentamento [judaico]” do Império Russo e da maneira pela qual ele tentava continuamente melhorar suas condições materiais.