Pela Graça de D'us
1 de Iyar de 5711 (7 de maio de 1951)

Brooklyn, NY

Saudações e bênção:

Recebi sua carta de 13 de Nissan, e agradeço pelos bons votos para Pêssach. Espero que você tenha tido um Yom Tov agradável e inspirador.

Pêssach introduz a primavera ensolarada e quente. Na natureza, a primavera traz à superfície as forças naturais que estavam ocultas durante o inverno, e surgem os brotos, que mais tarde se transformam em frutos.

Aplicando essa ideia ao elemento humano, pode haver um estado de “inverno”, de aparente não-produtividade na vida da pessoa. Porém nenhum judeu ou judia deveria considerar-se – nem ser considerado pelos outros – como tendo terminado sua utilidade, embora tenha se passado um longo tempo de falta de frutos. Dada a inspiração adequada e estímulo, o estado de “inverno” pode facilmente e depressa ser mudado para “primavera” e tempo de brotar, o que terminará amadurecendo e trazendo bons frutos para D'us e para o homem.

O significado de “primavera” na vida judaica é sugerido pela Festa de Pêssach que acabamos de celebrar, como indicado na Torá: “Vocês estão saindo (do Egito) neste dia, no mês da primavera.”

Durante duzentos e dez anos os Filhos de Israel viveram no Egito, numa escravidão física e espiritual, estagnados nas abominações do Egito. Não parecia que pudesse haver um reviver da vida judaica. Porém, veio o Êxodo no meio do Mês da Primavera, e os Filhos de Israel ficaram livres, tão livres na verdade que em pouco tempo se tornaram merecedores de receberem a Torá – o zênite e plenitude do universo inteiro.

Com os melhores votos,