24 de Nissan 5727 (1967)
Paz e Bênçãos,
Fiquei realmente feliz ao vê-lo no farbrenguen [reunião chassídica], e antes disso, davening [rezando]. Além do prazer de ver a prova concreta de sua boa saúde física, é especialmente gratificante poder compartilhar com bons amigos a alegria de Yom Tov, especialmente Acharon-shel Pêssach [o último dia de Pêssach]. O farbrenguen nessa ocasião é em muitos aspectos uma extensão da Haftará do dia, que fala dos felizes dias de Mashiach e continua na nota de verdadeira realização, quando "a terra estará repleta do conhecimento de D’us, como as águas cobrem o leito do oceano".
Enquanto a Haftará fala dos Dias de Mashiach, D’us, que é a Essência da Bondade, deseja que o Bem (neste caso o conhecimento universal de D’us) que Ele nos dará, seja apreciado por completo. É desnecessário dizer que o júbilo e a apreciação de ganhar alguma coisa por meio de trabalho e esforço é incomparavelmente maior que algo que vem sem empenho. Conseqüentemente, a atividade de divulgar "o conhecimento de D’us na terra" – a disseminação do Yiddishkeit (Judaísmo), Torá e mitsvot é a preparação necessária e adequada para isso, na qual também será possível apreciar completamente a bênção de "a terra estará repleta do conhecimento de D’us, como as águas cobrem o leito do oceano."
A alegria é dobrada quando alguém tem a oportunidade de trazer o conhecimento de D’us a esferas que são inacessíveis a outros, para as quais D’us provê uma capacidade especial para realizá-las.
Como você facilmente deduzirá, estou me referindo ao seu singular zechut [privilégio] em ser capaz de trazer o "Emet Hashem l'Olom" [a eterna verdade da Divindade] a um círculo onde poucos, se é que há alguns, além de você, podem penetrar – o Emet Hashem – incorporado em Sua Torá [verdadeira Torá]. A verdade é, evidentemente, incompatível com a concessão, pois até a menor concessão invalida a verdade real.
Isso me lembra a história relatada por meu sogro, de abençoada memória, durante um farbrenguen em Acharon-shel-Pêssach:
"Meu avô, o Rebe Maharash [Rabi Sholom Ber, quinto Rebe de Lubavitch], disse certa vez ao chassid R. Elya Abeler, um comerciante: 'Elya, eu o invejo. Você viaja e vai a mercados e feiras, o que lhe dá oportunidade de trocar uma palavra judaica com um irmão judeu e inspirá-lo a [estudar] Niglê [as partes reveladas da Torá] e Chassidut. Isso cria júbilo no Céu, e D’us paga a comissão em termos de filhos, vida e sustento. Quanto mais movimentado o mercado e maior o esforço, maior a parnassá [sustento].'" "Muitos anos depois, quando R. Elya me contou isso, ele estava empolgado com estas palavras, e seus membros tremiam, como se tivesse acabado de ouvi-las pela primeira vez naquele dia." (Sefer HaSichot 5703, p. 111).
A história fala por si mesma. Acrescentarei apenas o óbvio, que a inveja em termos de Torá e mitsvot é aceitável.
Para reiterar aquilo que desejei a você durante nossa reunião, que seja a vontade de D’us que por muitos anos você trabalhe na direção acima mencionada, com boa saúde, júbilo e alegria no coração, e com uma medida crescente de vitalidade e inspiração; e que as bênçãos do Rebe Maharash sejam cumpridas para você e todos os seus.
Com bênção,
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