O início da década de 50 foi um período extremamente difícil para os judeus na União Soviética, uma época repleta de terror e medo. Era o auge da “Conspiração dos Médicos” em que os médicos judeus da Rússia estavam desaparecendo rapidamente.
Purim 5713 (1953):
Em Brooklyn, Nova York, uma grande multidão de judeus reunira-se para um farbrenguen com o Rebe de Lubavitch. Naquele ano, o farbrenguen de Purim teve início com um discurso sobre o versículo “Ele criara (adotou) Hadassa, que é Ester”(Meguilat Ester, 2; 7).
Várias horas depois, após “Lechayims” e muitas melodias chassídicas, já era muito tarde; o dia estava prestes a raiar quando algo inusitado ocorreu. Pela segunda vez naquela noite, o rosto sagrado do Rebe começou a irradiar aquele brilho solene e sério que significava que ele estava se preparando para pronunciar um discurso. Os chassidim mal podiam acreditar. O Rebe jamais falara dois discursos chassídicos no mesmo farbrenguen.
Reinava o mais completo silêncio. O Rebe começou a falar: “Após a queda do czar, na Rússia, o governo anunciou eleições. O Rebe Rashab, o quinto da dinastia Chabad, mandou avisar aos chassidim que eles deveriam participar da votação. Havia um chassid que era totalmente desligado de assuntos mundanos e estava totalmente por fora da política. Porém, como tinha recebido ordens explícitas do Rebe, preparou-se para cumprir suas instruções. Com sentimentos de temor e reverência, mergulhou num micvê, colocou o gartel (cinto usado durante as orações por homens casados) e dirigiu-se à cabine de votação. É óbvio que não tinha a menor ideia do que deveria fazer mas alguns chassidim o ajudaram a votar. Ajustando o gartel, o chassid fez o que todos estavam fazendo.
Depois que votaram, todos gritaram: “Hurrah!” E ele também gritou: “Hurrah! Hurrah! Hurrah!” (Em hebraico a palavra “Hurrah” também pode significar hu rá – ele é perverso).
Quando o Rebe pronunciou essas palavras, seu rosto ardeu em fogo.
Os chassidim perceberam que algo estava acontecendo, embora não soubessem o quê.
Levados pela emoção intensa que pairava no ar, a multidão, espontaneamente, levantou-se e gritou três vezes: “Hurrah! Hurrah! Hurrah!”
Depois dessa estranha introdução o Rebe falou seu segundo discurso, baseado no versículo da Meguilá: “Por isso àqueles dias são chamados de ‘Purim’, por causa do ‘Pur’ (sorteio).” (Meguilat Ester 9; 26)
Poucos dias depois, o mundo ficou sabendo que Stalin morrera no exato momento em que os chassidim gritaram “Hurrah!” - lá no Brooklyn, no farbrengen do Rebe.
Faça um Comentário