14 de Kislev

Em 27 de novembro de 1928, o casamento do Rebe com a Rebetsin Chaya Mushka, filha do então Lubavitcher Rebe, Rabi Yosef Yitzchak Schneerson, foi realizado em Varsóvia, Polônia.

Naquela época, a notícia da luta heróica do Rabino Yosef Yitzchak em nome do judaísmo soviético era mundialmente conhecida, e a alta consideração em que ele era tido era evidenciada pelos numerosos rabinos, rebes e líderes leigos do judaísmo europeu, e pelas milhares de pessoas de todas as esferas, que o honraram com sua presença no casamento de sua filha.

No início do casamento, o pai da Rebetsin anunciou:

O Rebe e seu futuro sogro após seu noivado
O Rebe e seu futuro sogro após seu noivado

“É uma tradição que as almas dos ancestrais da noiva e do noivo venham e participem de sua celebração de casamento... Como o meu convite a eles, agora farei um maamar (discurso de ensinamentos chassídicos) que inclui ensinamentos de nossos ancestrais santos e justos: o Alter Rebbe (Rabino Schneur Zalman, o fundador do Chassidismo Chabad); Rabino DovBer de Lubavitch; nosso bisavô (Rabino Menachem Mendel de Lubavitch — homônimo do Rebe); nosso avô (Rabino Shmuel de Lubavitch); e do meu pai, o avô da noiva (Rabino Sholom DovBer). Como nossos sábios disseram, 'Quem repete um ensinamento deve imaginar o autor do ensinamento diante dele.'”

Aqueles que compareceram ao casamento mais tarde relembraram o senso palpável de santidade que permeou a sala enquanto o Rabino Yosef Yitzchak fazia o discurso.

A noiva Chaya Mushka Schneerson

A noiva Chaya Mushka Schneerson
A noiva Chaya Mushka Schneerson

A centenas de quilômetros de distância, outra celebração de casamento estava sendo realizada naquela noite. Na cidade de Yekatrinoslav (Dnepropetrovsk), os pais do Rebe, assediados pelas autoridades soviéticas por seus esforços em prol do judaísmo, tiveram a permissão negada para viajar para Varsóvia. (Em 1939, o pai do Rebe seria preso, cruelmente torturado e banido para o gulag, onde faleceu em 1944 de doença e sofrimento.)

Impedidos por uma cortina de ferro de comparecer ao casamento de seu primogênito, eles estavam, no entanto, determinados a celebrar a sua alegria.

Em um comovente livro de memórias, a mãe do Rebe, Rebetsin Chana, descreveu a celebração do casamento realizada em sua casa, que não teve a presença física de um noivo e uma noiva, mas estava inflamada com uma alegria tão poderosa quanto a dor nos corações dos pais do noivo.