Geralmente um cohen acendia a menorá. Somente um cohen podia limpá-la e prepará-la.

Todas as manhãs um cohen entrava na seção côdesh do Tabernáculo ou do Templo Sagrado e subia as escadas que conduziam à menorá. Tirava as cinzas de todas as lâmpadas, tirava os pavios queimados, colocando novos. Então, derramava azeite de oliva em cada lâmpada de um cântaro que continha meio lug (aproximadamente 250 ml) de azeite de oliva casher. Fazia isto todas as manhãs, mas não acendia a menorá até a tarde.

A quantidade de óleo necessária para que ardessem até a manhã seguinte era calculada de acordo com a quantidade necessária para durar durante as longas noites de inverno. Contudo, a mesma quantidade era utilizada toda noite, até nas curtas noites de verão e, como resultado, sobrava algum óleo nas manhãs de verão.

O Milagre da Lâmpada Central

Todas as manhãs, o cohen que entrava para limpar a menorá presenciava um milagre. As sete luzes da menorá deveriam ter-se extinguido, pois o azeite que o cohen havia acendido na tarde anterior não podia durar mais que doze horas: até a manhã seguinte. Porém - incrivelmente, sempre encontrava a luz do meio das sete ainda acesa! Como era possível? Tratava-se claramente de um milagre, um sinal de D'us para demonstrar aos judeus que sua Divindade repousava no Tabernáculo.

Este mesmo cohen não tocava na luz do meio, mas limpava as outras seis lâmpadas e colocava novos pavios. O cohen que entrava à tarde encontrava a luz do meio acesa! Usava então esta luz para acender as outras seis luzes. Somente depois de fazê-lo apagava a luz do meio, limpava as cinzas dessa lâmpada e voltava a acendê-la.

A luz do meio manteve-se acesa assim, constantemente, não apenas no Tabernáculo, mas também no Templo Sagrado.

Certa vez, a colheita de olivas para óleo foi muito pobre em Israel, e havia apenas uma pequena quantidade de óleo para acender a menorá. Os cohanim entristecidos, choraram. Porém, durante o período de escassez de óleo, o milagre que geralmente só ocorria com a lâmpada central aconteceu com a menorá inteira. Apesar da quantidade insuficiente de óleo, as lâmpadas da menorá ardiam brilhantes a noite toda.

A Importância da Menorá e o que ela Simboliza

A mitsvá de acender a menorá era tão grande que D'us proclamou: "A luz da menorá é mais preciosa para Mim que a luz do sol ou da lua!"

D'us não ordenou que a menorá fosse acesa por Sua causa, pois Ele não precisa da luz dos mortais. Pelo contrário, é Ele Que ilumina o universo inteiro.

Certa vez, um homem com visão perfeita e seu amigo cego quiseram ir para casa juntos. O homem disse ao amigo: "Deixe-me apoiá-lo e guiá-lo de modo que chegue em casa com segurança." Quando chegaram à casa, ocorreu ao homem que enxergava que o amigo cego certamente poderia estar deprimido com a idéia de seu desamparo. Por isso, pensou numa idéia para animá-lo. "Por favor, acenda a luz para mim," solicitou ao amigo cego. Apesar de que realmente não precisava do serviço do outro, fez este pedido em consideração ao seu amigo deficiente.

Similarmente, D'us não necessita de nossa luz. Pediu-nos para acendermos a menorá para Ele a fim de nos conceder méritos.

Para demonstrar que D'us não necessita da luz dos seres humanos, as janelas do Templo Sagrado eram construídas de maneira bastante singular. Ao invés de serem largas por dentro e estreitas por fora (permitindo a entrada de luz), aquelas janelas eram construídas estreitas por dentro e largas em direção ao exterior. Demonstrando assim que, é do Templo Sagrado que partia luz em direção ao mundo.

A mesma idéia também era simbolizada pelo fato de que a menorá não ficava no Santo dos Santos, o "aposento particular" de D'us. Em vez disso, D'us ordenou que fosse colocada na seção côdesh. Similarmente, a mesa ficava no côdesh, e não no Santo dos Santos, demonstrando que D'us não necessita da comida dos mortais.

Atualmente, estamos impossibilitados de doar óleo para a menorá do Templo Sagrado. Em seu lugar, é uma mitsvá iluminar sinagogas e casas de estudo.