1. Era um Templo Sagrado portátil

Mishcan significa “habitação” e refere-se ao complexo portátil no qual D'us escolheu habitar entre os israelitas. Construído logo após o Shemot do Egito, foi o precursor do Templo Sagrado de Jerusalém construído pelo Rei Shlomo, Salomão, e depois reconstruído por aqueles que retornavam do cativeiro babilônico.

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2. É conhecido como “Tabernáculo”

Em inglês é comumente conhecido como Tabernáculo, do latim tabernaculum (“tenda”). Isto provavelmente está mais de acordo com seu outro nome hebraico, Ohel Mo'ed, “Tenda da Reunião”, 1 assim chamado porque era o local onde D’us encontrava-se com Moshe e o instruia. Às vezes, a Torá também se refere a ele como Micdash, “[Lugar] Sagrado”. 2 Cada nome enfatiza outro elemento desta estrutura temporária, onde D’us escolheu repousar Sua santa presença e interagir com Sua amada nação.

3. Aconteceu depois do pecado do bezerro de ouro

A Torá regista as diretrizes para a construção do Mishcan, 3 depois fala-nos sobre o trágico pecado do bezerro de ouro, 4 antes de finalmente relatar a construção real do Mishcan. 5 De acordo com Rashi, que adota a abordagem de que as Escrituras não estão necessariamente organizadas em ordem cronológica, o mandamento para construir o Mishcan foi na verdade dado após o pecado ter ocorrido. A mensagem é profundamente inspiradora: embora o povo tivesse pecado, fizeram teshuvá e Moshe rezou e pediu por eles, e então foram perdoados. Eles ainda eram dignos de construir uma moradia para D'us.

4. A construção foi liderada por Betzalel e Aholiav

Os materiais para o Mishcan foram doados pelo povo, que doou tão generosamente e tão livremente que Moshe teve que pedir para pararem. 6 A construção propriamente dita foi executada por uma equipe de homens e mulheres inspirados e qualificados. Por ordem Divina, eles foram liderados por dois homens chamados Betzalel e Aholiav. Betzalel era de uma família proeminente, parente do próprio Moshe. Por outro lado, Aholiav era de origem mais simples, da humilde tribo de Dan. Mas não fazia diferença; todos contribuíram de acordo com suas habilidades.

5. Havia um edifício central

A Torá dá muitos detalhes sobre as dimensões exatas do Mishcan e os materiais com os quais ele foi feito. 7 O próprio Mishcan era uma estrutura em forma de caixa que media 30 côvados de comprimento e 10 côvados de largura (um côvado é o comprimento do antebraço e da mão de um homem adulto). Suas paredes eram feitas de vigas grossas de madeira de acácia folheadas a ouro, lado a lado, formando três lados de um retângulo. As vigas foram inseridas em encaixes de prata interligados e mantidas no lugar por longos postes de madeira folheados a ouro. Uma cortina suspensa cobria o quarto lado.

6. Estava coberto com tecido e pele de animal

A estrutura de madeira era coberta por uma tapeçaria tecida de linho e lã tingida de vermelho, azul e roxo. A tapeçaria tinha duas seções que eram presas uma à outra por uma fileira de ganchos. Estava coberto por uma camada de pele de cabra, seus painéis presos de forma semelhante com ganchos. Estas duas camadas cobriam o topo da estrutura e penduravam sobre as paredes de madeira do Mishcan. Além disso, a pele de carneiro tingida de vermelho e a pele de tachash cobriam apenas o telhado. 8

7. Havia dois altares

Havia dois altares no complexo do Mishcan. Lá fora, no pátio, havia um grande altar de cobre, sobre o qual eram trazidos muitos sacrifícios. No interior havia um pequeno altar de ouro, sobre o qual se queimava diariamente incenso.

8. Um pátio o rodeava

O Tabernáculo ficava dentro de um grande pátio de 100 côvados de comprimento e 50 côvados de largura, conhecido como chatzer. Além do altar de cobre, esta área também abrigava o kiyor (pia), com o qual os sacerdotes lavavam as mãos e os pés antes de realizar o serviço Divino. A pia foi feita com espelhos doados pelas mulheres de Israel.

9. Havia uma sala externa...

O interior do Mishcan foi dividido em dois por uma tapeçaria suspensa. Além do altar de ouro, a antessala, conhecida como Kodesh (“Santo”), continha vários itens. No lado sul ficava a menorá de ouro, cujos sete ramos os cohanim, sacerdotes, acendiam todos os dias. Perto da parede norte havia uma mesa dourada, sobre a qual, os sacerdotes colocavam os pães da proposição todas as semanas.

10. … E uma Câmara Interna

A segunda sala, mais interna, era conhecida como Kodesh HaKodashim (“Santo dos Santos”). O Santo dos Santos continha a arca, uma caixa dourada que abrigava as tábuas (tanto o conjunto original quebrado quanto o segundo conjunto completo) e outros itens sagrados. Na tampa da arca havia dois querubins dourados, um de frente para o outro, com asas estendidas. Ninguém tinha permissão de entrar no Kodesh HaKodashim, exceto o Cohen Gadol, o sumo sacerdote, e mesmo ele entrava apenas uma vez por ano, como parte de seu serviço no Yom Kipur. 9

11. Foi inaugurado em 12 dias

Durante uma semana, Moshe praticou a montagem e desmontagem do Mishcan. Então, no primeiro dia de Nissan, pouco antes de um ano após o Shemot do Egito, Moshe inaugurou oficialmente o Tabernáculo. Toda a tenda estava repleta da presença de D'us, evidenciada por uma nuvem espessa, que impedia todos – até mesmo Moshe – de entrar. 10 Durante 12 dias, os primeiros 12 dias do mês de Nissan, os príncipes das 12 tribos de Israel trouxeram sacrifícios e presentes inaugurais. 11 O Tabernáculo não era domínio exclusivo dos seus administradores, os levitas (sacerdotes), mas era herança de cada judeu.

12. Foi transportado em 6 carrinhos

Os príncipes fizeram diversas doações ao Mishcan, incluindo seis carros de boi cobertos, um para cada dois príncipes. Duas carroças (e quatro bois) foram entregues aos guershonitas, que transportaram as coberturas e tapeçarias das tendas do Mishcan. Os restantes quatro carroções (e oito bois) foram entregues às famílias levitas de Merari, que transportaram os painéis das paredes, os postes e outros componentes estruturais do Mishcan. Nenhum foi dado ao clã de Kehat, que transportava os itens mais sagrados nos ombros. 12

13. Foi colocado no centro do acampamento

Durante a permanência de 40 anos dos judeus no deserto, sempre que acampavam, o Mishcan formaria o núcleo do acampamento. Os levitas, que haviam sido escolhidos para serem ministros de D'us, acampariam ao redor do Mishcan, e as 12 tribos restantes acampariam ao redor deles, 3 de cada lado.

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14. Ficava em Shiló

Quando Yoshua conduziu o povo para a terra prometida, o Mishcan foi levado com eles. Durante 14 anos o Mishcan permaneceu em Guilgal enquanto os israelitas conquistavam e dividiam a terra. Então eles construíram uma casa de pedra em Shiló e estenderam as cortinas do Mishcan sobre ela. O santuário de Shiló durou 369 anos. No final desse período, o santuário foi transferido para Nov e depois para Guiv'on. 13

15. Nunca foi destruído

Por ordem Divina, o Rei Shlomo construiu uma magnífica moradia permanente para D'us no Monte do Templo, fora de Jerusalém. Naquela época o Mishcan não era mais necessário. As relíquias do Tabernáculo foram então armazenadas nas profundezas da terra abaixo da montanha. Segundo a tradição, como o Mishcan foi construído com intenção pura, nunca foi destruído. Ele permanece pronto para que D’us mais uma vez repouse ali. 14