Conforme consta na parashá Chayê Sara:
“E Avraham era velho, entrado em dias...” (Bereshit 24:1)
Disseram nossos Sábios: “A conversa comum dos servos dos patriarcas é apreciada por D’us mais até do que a Torá de seus filhos.” (Rashi, sobre Bereshit 24:42).
Leis essenciais da Torá e muitas halachot foram apenas insinuadas na Torá. Em Chayê Sara, porém, a Torá enfatiza o extenso relato de Eliezer, servo de Avraham.
Essa história é repetida algumas vezes. Inicialmente está relatado o que Avraham disse a Eliezer. Depois, o que aconteceu com Eliezer. Em seguida aparece a história de Eliezer, contando o que Avraham lhe disse e, mais uma vez, o que aconteceu com ele. Tantas repetições nos ensinam quão queridos são os servos dos patriarcas. Este carinho, porém, se expressa, justamente, numa história sobre casamento, de como Eliezer encontrou uma noiva para Yitschak. Tanta repetição no tema casamento nos ensina sobre sua grande importância.
O casamento é a construção de um lar judaico, “um edifício eterno”. Um casamento é para sempre, uma vez que o lar foi construído de acordo com a Torá, que é eterna.
Os presentes que Eliezer deu a Rivka (Bereshit 24:22) nos ensinam qual a base sobre a qual é construído um lar judaico: “Um aro de ouro (para o nariz) pesando um beka” – representa o meio shekel (beka por cabeça). A mitvá do ‘meio shekel’ que alude à tsedacá, que abrange todas as mitsvot. “Dois braceletes de ouro pesando dez shekalim” – representam as duas Tábuas da Lei, em que havia os Dez Mandamentos, que são a totalidade da Torá. Referindo-se a ela o povo judeu falou “faremos e ouviremos”, com submissão.
Os presentes que Rivka recebeu aludem à Torá e todas as mitsvot, bem como a nossa submissão a D’us. Esta é a base do casamento judaico. O lar judaico é construído sobre as fundações da Torá e das mitsvot com todas as bênçãos divinas.
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