Yeshivá Tomchei Tmimim Lubavitch – Ohel Menachem Mendel
Likrat Shabat on line – Adaptado dos ensinamentos do Rebe
A Parashá Noach relata a história do grande dilúvio que se abateu sobre a humanidade devido ao comportamento inadequado para com o semelhante. Depois que as águas baixaram e Noach e sua família puderam deixar a arca, Noach plantou uma videira, que trouxera consigo. Das uvas fez vinho e, rapidamente, embriagou-se. Noach caiu num sono, deitado nu em sua tenda. Um de seus filhos, Cham, vendo a nudez de seu pai, correu para contar a seus dois irmãos. Shem e Yafet foram imediatamente cobrir seu pai. Shem e Yafet tiveram tanto cuidado para não olhar a nudez do pai quando foram cobri-lo que “foram de costas, e tinham a face voltada para trás, e não viram a nudez de seu pai.”
A história é um tanto intrigante. Está claro o fato que Shem e Yafet andaram de costas, que não viram o pai. Por que, então, a Toráacrescenta a aparente redundância: “não viram a nudez de seu pai”?
Há um dito do Báal Shem Tov que se alguém vê algo de errado em outra pessoa, é sinal de que tem em si defeito semelhante. É como se visse a si mesmo num espelho – se o rosto que vê não está limpo, é sua própria face que está suja.
Será que não podemos ver uma falta real em outra pessoa sem que estejamos errados?
A Divina Providência está presente em todos os acontecimentos. Se enxergamos o mal em alguém, é para nos mostrar nossos próprios defeitos, que necessitam de correção. O homem é cego às próprias deficiências. Precisa vê-las exemplificadas em outra pessoa, a fim de que seja obrigado a refletir sobre si mesmo e veja o fac-símile em sua própria vida.
A tarefa do judeu, porém, não é apenas o auto-aperfeiçoamento: é também a melhoria do próximo: “Deves repreender teu amigo, até mesmo cem vezes.” É óbvio, portanto: quando alguém nota as falhas do amigo, a Providência almeja que ajude a corrigi-las, e não apenas reflita sobre as próprias fraquezas. Quando alguém vê um judeu fazendo algo errado, sua primeira preocupação deve ser a obrigação que tem de tentar repreendê-lo a sós e discretamente, com tato e delicadeza, na esperança de que se corrija.
Mas quando alguém vê essa falha, não como algo que ele próprio deve corrigir, mas apenas como uma falha no amigo, isso demonstra que não olhou a si próprio no “espelho”. Portanto, após dizer que Shem e Yafet viraram o rosto para o lado oposto a Noach, a Toráacrescenta, “e não viram a nudez do pai”. Enfatiza aqui que além de não vê-lo, fisicamente, nem perceberam sua falta como tal – pois estavam preocupados, apenas, com o que tinha de ser feito (cobri-lo com um manto).
Um Pensamento: – Publicado em L’Chaim:
Há judeus que se comportam de maneira judaica em casa, mas quando saem para o mundo, entre outras pessoas, envergonham-se de seu judaísmo. Também há os que, na privacidade do lar, não são tão observantes. Mas lá fora, entre os outros, mostram uma fachada de temor a D’us.
Um judeu puro e íntegro é “um homem justo e perfeito em sua geração” – comporta-se da mesma maneira entre as pessoas, bem como “com D’us” na privacidade de sua casa.
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