O nome da leitura desta semana da Torá, Bô, significa "ir". Entre a sétima e a oitava das dez pragas, Moshê foi ordenado por D'us: "Vá ao Faraó." Mais especificamente, o termo "bô" é interpretado como "entrar" ou "penetrar". Como declara o Zohar, o texto fundamental do misticismo judaico, Moshê recebeu ordens de entrar sala após sala, penetrando no âmago do palácio do Faraó.

O Zohar prossegue, explicando que Moshê encolheu-se à ordem de abordar o Faraó. Estava temeroso pelo encargo de confrontar o mal em seu próprio âmago. Para acalmá-lo, D'us disse: "vai". "Vai," i.e., "venha Comigo," e não "vá sozinho." D'us prometeu que Ele iria acompanhar Moshê e enfrentar o Faraó ao seu lado.

Esta ordem, então, requer iniciativa pessoal e simultaneamente, promete que esta iniciativa será recompensada com a ajuda de D'us. Moshê foi solicitado a agir por si mesmo, mas não independentemente; D'us apoiaria seus esforços.

Esta dinâmica é repetida em microcosmo nos diversos conflitos espirituais que enfrentamos continuamente. Devemos confrontar o “Faraó” – os desafios ao envolvimento judaico que o mundo exterior parece apresentar. E isso inclui não apenas ver estes desafios de longe, mas penetrar em seu âmago e olhar para eles de perto.

A pessoa seria tola se não ficasse de certa forma assustada com esta tarefa. De fato, se não for assustadora, não será um desafio. E mesmo assim, a hesitação da pessoa deve ser apenas temporária. Temos o poder de persistir em nossa missão. Quando o fazemos, descobrimos que não estamos sozinhos, D'us está ao nosso lado, nos apoiando. De uma maneira mais simples, nós nos vemos falando e agindo com maior poder do que aquele que teríamos se contássemos apenas com nós mesmos.

Comportar-se dessa maneira transforma o mundo à nossa volta, incluindo as forças desafiadoras. Assim como o Faraó se tornou a força que instigou os judeus a saírem do Egito, assim também, todo elemento de nossa vida pode se tornar uma influência positiva e contribuir para ajudar em nosso envolvimento judaico.