Um dos mais cruéis decretos do faraó contra os judeus foi sua ordem de atirar todos os recém-nascidos do sexo masculino ao Rio Nilo, como está relatado na porção desta semana, Shemot.

A Hagadá de Pêssach, lida todo ano no sêder, acrescenta o seguinte: "'E nosso fardo' – isso recorda o afogamento dos meninos, como está escrito: 'Todo filho que nascer deve ser jogado ao rio, mas cada filha deve ser mantida viva.'"

Nossos Sábios explicam que a palavra "fardo" é igualada à criação e educação dos filhos, implicando a importante responsabilidade que recai sobre os pais judeus. Nossos Sábios entenderam que grande esforço deve ser empregado para educar adequadamente crianças judias. Pais e professores devem compartilhar o envolvimento nessa sagrada tarefa, investindo muito tempo e energia para assegurar uma nova geração que continuará levando seu legado adiante: e com alegria e orgulho!

Porém, juntamente com o reconhecimento de que educar filhos judeus é trabalhoso, a Torá promete que as recompensas que colheremos valerão a pena. De fato, quanto mais auto-sacrifício um pai faz em favor da educação judaica de seus filhos, mais certeza terá de que eles serão fortes em seu Judaísmo e intocados pelo perverso decreto do faraó, seja há milhares de anos ou na atualidade. Foram exatamente esses bebês judeus nascidos sob a ameaça de extinção no Egito os primeiros a reconhecer D’us na abertura do Mar Vermelho, declarando: "Este é meu D’us e eu O exaltarei."

Por que criar crianças judias exige tanto esforço? Porque nossos filhos são o alicerce sobre o qual se apóia toda a nação judaica. Esse segredo há muito é conhecido por nossos inimigos. Foi por esse mesmo motivo que na Rússia comunista as autoridades tentaram, com rigor especial, suprimir o estudo de Torá em escolas frequentadas pelas crianças judias mais novas. "Eles terão tempo suficiente para estudar Torá quando crescerem" – alegavam os comunistas, sabendo muito bem que os anos de formação passados pela criança numa atmosfera judaica representava a maior das ameaças ao regime ateu.

No Talmud, Rabi Yehoshua ben Gamla é lembrado por causa de sua inovação educacional – a instituição de aulas de Torá mantidas com dinheiro público, começando aos cinco ou seis anos de idade, em todas as localidades onde morassem judeus. Milhares de anos depois, seu nome ainda é homenageado por causa dessa conquista.

Os pais judeus, portanto, devem fazer tudo que estiver ao seu alcance – física, espiritual e monetariamente – para assegurar que seus filhos sejam matriculados em escolas onde serão instilados com nossos valores judaicos atemporais. Pois a educação de nossos filhos é de fato nosso "fardo"; às vezes são exigidos sacrifícios pessoais. Por esse mérito, criaremos uma geração de judeus que mais uma vez serão os primeiros a reconhecer D’us na Redenção completa e final com a vinda de Mashiach, que seja breve em nossos dias.