Não Comas Obre o Sangue

A Torá nos ordena: "Não coma sobre o sangue!"

Esta ordem pode ser explicada de muitas maneiras. Eis aqui umas delas:
Um judeu que trouxe uma oferenda ao Bet Hamicdash não recebia permissão de comer sua parte da oferenda imediatamente após o abate. Devia esperar até que o cohen tivesse borrifado o sangue da oferenda sobre o altar.

Isto é o que significa o comando "Não coma a carne de um corban antes que o sangue tenha sido borrifado sobre o altar!" Borrifar o sangue sobre o altar é a parte principal no oferecimento do corban. Isto expia a culpa do ofertante. Não seria apropriado para ele comer sua porção antes que seus pecados fossem perdoados.

Não Podemos ser Supersticiosos

A Torá nos proíbe de acreditar em qualquer tipo de supertições. Nos tempos antigos, as pessoas eram ainda mais supersticiosas que hoje. Muitas nações acreditavam piamente em sinais "da sorte" e "do azar". Se um rei queria decidir se começava ou não uma guerra, atiraria flechas para o alto. Decidiria então que atitude tomar baseado na direção que as flechas apontavam ao cair.

Quando o Povo de Israel vivia no Egito, os egípcios acreditavam em "presságios", sinais para prever o futuro.

A Torá adverte Benê Yisrael: "Um judeu não deve acreditar em sinais. Não acredite que se certas coisas acontecem, elas significam boa ou má sorte para você. Não acredite que certos dias ou horas trazem sorte ou azar ao começar uma nova tarefa."

Devemos acreditar na verdade. Apenas D’us decide o que nos acontecerá no futuro. E seja qual for Sua decisão, sabemos que será o melhor para nós.

Um Menino ou Homem Judeus Não Podem Cortar suas Costeletas

A Torá ordena que meninos judeus e homens não cortem as costeletas. Como ocorre com outras mitsvot da categoria de chukim, não sabemos as razões desta. Conforme uma explicação, os idólatras nos velhos tempos costumavam cortar o cabelo por igual ao redor da cabeça. D’us queria que os judeus tivessem aparência distinta. Isso ajuda-nos a perceber que judeus devem sempre ser santos e agir diferentemente.

Um Judeu Não Pode Tatuar seu Corpo

Nos tempos de outrora, sacerdotes da idolatria costumavam se tatuar. E, muitas vezes, as pessoas se tatuavam após a morte de um parente para mostrar como estavam tristes. A Torá proíbe um judeu de tatuar seu corpo. Esta lei nos mantém afastados dos idólatras e seus costumes.

Outra razão pela qual a Torá proíbe tatuagem, é porque o corpo nos foi dado como um presente por D’us. É uma mitsvá cuidar bem do corpo. Não devemos perfurá-lo ou marcá-lo sem necessidade.

Mostrar Respeito pelo Bet Hamicdash

Era uma mitsvá para cada judeu que subia ao Har Habayit, a montanha onde ficava o Bet Hamicdash, comportar-se seriamente e com respeito. Ao entrar no pátio do Templo, deveria demonstrar ainda mais respeito, lá todos tinham que permanecer de pé. (Apenas reis da família real de David tinham permissão de sentar-se no pátio.) Cada judeu era lembrado desta forma que a presença de D’us repousava lá, e era obrigado a comportar-se de acordo.

Hoje temos uma lei que demonstra nosso respeito pelo Bet Hamicdash: Não podemos fazer nenhum objeto exatamente da maneira que existia no Bet Hamicdash. Por exemplo, a menorá no Bet Hamicdash tinha sete braços. Usamos, portanto, menorot com cinco, seis ou oito braços. Da mesma forma, não fazemos para nós mesmos uma shulchan (mesa) ou outro objeto exatamente da maneira que havia no Bet Hamicdash.

Outra mitsvá que nossos Sábios decretaram é: Devemos nos comportar com respeito numa sinagoga e numa Casa de Estudos (Bêt Midrash). Eles são nossos pequenos Batê Micdash, mini-Templos.

Que leis devemos cumprir na sinagoga?

  • Devemos nos comportar com seriedade e respeito, lembrando que a Presença de D’us repousa neste local.
  • Não devemos falar sem necessidade; se queremos conversar, o fazemos fora deste recinto.
  • Devemos nos manter sentados em silêncio mesmo se não estamos rezando; sentar na sinagoga já é uma mitsvá! O livro de Tehilim nos ensina: "Ashrê yoshvê betecha"- "Feliz é o povo que (apenas) se senta em Sua Casa".


É Proibido Realizar a Magia de Ov e Yidoni

Muitas nações nos tempos antigos ocupavam-se com magia. Havia um tipo de mágico chamado ba’al ov. Ele sabia como fazer sua voz soar como se viesse de muito longe. Com esta mágica, ele trouxe pessoas mortas de volta dos túmulos e os fazia falar.

Outro tipo de mágico era o yidoni. Este colocava um osso de um certo animal na boca. Com magia, fazia o osso falar. Então o mágico fazia coisas esquisitas, caía no chão, e predizia o futuro.

Devemos Honrar os Judeus Idosos

A Torá nos ordena: "Quando você ver um judeu de setenta ou mais anos, deve honrá-lo! Fique de pé e aja respeitosamente em relação à ele"

Um judeu de idade é honrado mesmo não sendo um sábio. Merece ser respeitado porque D’us lhe concedeu vida longa. Tem experiência de vida e reconhece os caminhos maravilhosos de D’us neste mundo. Se todos judeus idosos devem ser honrados, quanto mais nossos próprios avós, se somos afortunados de o termos conosco.

O midrash nos conta:

Como Nossos Sábios Honravam os Idosos

Quando o sábio Abaye caminhava pela rua, costumava estender seu braço para que todo judeu idoso pudesse apoiar-se nele.

O próprio Rava não sustentava pessoas idosas. Porém, sempre que via um judeu de idade, mandava um de seus alunos oferecer-lhe o braço.
Sempre que Rabi Meir via um judeu idoso, mesmo um que não fosse estudioso da Torá, levantava-se para ele. Dizia: "Deve haver uma razão para D’us deixá-lo viver até esta idade avançada: ele certamente realizou boas ações!"

Devemos Honrar os Eruditos de Torá

A Torá chama um erudito de zaken (homem idoso), mesmo se for jovem. Por ter estudado Torá, possui a sabedoria de um homem de mais idade. Por isso, a Torá nos ordena: "Honra todo erudito de Torá, seja ele jovem ou idoso."

Nós nos levantamos para um erudito; fazendo-o caminhar à nossa frente. É claro que cada aluno deve honrar ainda mais seu próprio mestre de Torá.

Em Pirkê Avot está escrito: "Seu respeito pelo Rebe deve ser tão grande quanto seu temor a D’us."

Um aluno deve levantar-se para seu rebe: não pode sentar-se na cadeira do rebe; deve fazer perguntas com respeito; não deve interrompê-lo, e tampouco contradizê-lo. Seu rebe merece a maior honra, porque lhe ensina a Torá, doando seu tempo e sabedoria.

Não Devemos Trapacear com Pesos ou Medidas

Se você pesa ou mede um artigo que deseja vender, a Torá adverte: "Tenha balanças e fitas métricas exatas!"

Uma balança dos tempos antigos tinha dois pratos. Em um deles, o mercador colocava pedras. Cada pedra tinha um determinado peso. No outro prato ele punha mercadorias do mesmo peso. Se ele marcasse uma pedra com as palavras "1 quilo", mas na verdade a pedra pesasse menos que um quilo, o cliente sempre recebia menos que um quilo de mercadoria.

Hoje em dia, usamos balanças computadorizadas. O vendedor põe os artigos na bandeja da balança e o peso aparece no mostrador. Mesmo assim, se o computador não é exato, o cliente será prejudicado.

Por isso, independente do tipo de balança ou medidor que o judeu use, a Torá lhe ordena: "Assegure-se de que está exato. Se trapacear, seu freguês jamais saberá. Mas há Alguém que sempre o sabe."

A Santidade da Nação Judaica

Nesta Parashá, aprendemos sobre importantes mitsvot. Podemos cumprir algumas delas todos os dias.

Quando Moshê explicou esta Parashá, Benê Yisrael ouviu com atenção.

Quando Moshê terminou, disse em nome de D’us: "Eu, D’us, dei a vocês todas estas mitsvot para que possam ser santos, kedoshim. Se vocês, a nação judaica, agir de maneira diferente dos outros povos, então serão Meus".