Se um judeu que vivesse em qualquer cidade em Êrets Yisrael (exceto Jerusalém) e achasse uma mancha na parede, ele chamava um cohen e lhe dizia: "Percebi uma mancha em uma das paredes. Parece tsaraát." O cohen ordenava: "Antes que eu vá, tire todos os pertences de sua casa!" Desta maneira, os objetos não se tornariam impuros, caso o cohen decidisse trancar a casa.

Como explicamos, uma das razões pelas quais D’us mandava tsaraát a uma casa era por causa da avareza do proprietário. Recusava-se a emprestar seus pertences a outrem, pensando que jamais alguém pudesse descobrir quantos objetos tinha escondido em sua casa. Agora ele precisava colocar seus utensílios e pertences à mostra, na rua. Todos os vizinhos viam os objetos que tinha mantido em segredo nos armários. Talvez isto despertasse a teshuvá nele. Então, quem sabe, D’us deixasse as manchas de tsaraát nas paredes da casa desaparecerem ou tornarem-se mais fracas. Porém, se não o fizesse, o cohen afirmava que a mancha na parede era tsaraát. Ordenava, então: "Esta casa deve ser trancada por sete dias!"

Após uma semana, finalmente, a família tinha permissão de retornar para sua casa. Se os membros daquela família tivessem sido mesquinhos ou antipáticos, certamente tornar-se-iam generosos e humildes. Primeiro, seus pertences haviam sido colocados na rua. Depois eles foram mantidos fora de casa por uma semana (algumas vezes por três semanas). O tempo todo temeram que o tsaraát pudesse se espalhar e que a casa tivesse que ser demolida. Agora percebiam que o lar de uma pessoa e todas suas posses na verdade pertencem a D’us. Dinheiro e objetos nos são concedidos para que os usemos com o propósito correto.