Como já explicamos, um das razões principais que causavam tsaraát era o lashon hará.

A palavra metsorá (aquele que tem tsaraát), é parecida com a palavra motsirá, (alguém que fala o mal). Se o metsorá fez teshuvá enquanto estava fora do acampamento, D’us fazia as manchas brancas na pele desaparecerem.

O metsorá se sentia aliviado quando percebia que as marcas tinham desaparecido. Ele então chamava um cohen. O cohen caminhava até fora do acampamento para examiná-lo. O cohen dizia: "Começaremos a torná-lo tahor (puro). Hoje é o primeiro dia de sua tahará (purificação). No oitavo dia você oferecerá corbanot, ficará completamente puro e poderá juntar-se à sua família."
Após a oferenda dos corbanot o judeu tornava-se puro novamente e podia reunir-se à família. Ele sentia-se quase como alguém que havia morrido e voltara a viver. Este homem jamais falaria lashon hará novamente! Certamente prestaria mais atenção às suas futuras palavras.

O Midrash explica:

Por que duas aves, um graveto de cedro e ezov (grama) eram usados para purificar o metsorá? Por que a Torá nos ordenou usar aves para purificar o metsorá? D’us, assim, está lhe dizendo: "Você agiu como um pássaro! Um pássaro chilreia constantemente! Você também falou e falou, sem prestar atenção no que dizia."

Por que um pássaro é abatido e o outro é libertado?

O pássaro colocado em liberdade significa: Se você usar sua língua com palavras de Torá e bondade, estará usufruindo da vida de modo correto.

A grama e o cedro são totalmente opostos. O cedro é a mais alta das árvores e o ezov, o mais baixo dos arbustos. O metsorá é lembrado: Por que você falou lashon hará? Porque pensou que era um cedro – melhor que os outros. Para evitar falar lashon hará no futuro, deve sentir-se humilde como a grama.

Por que D’us trazia tsaraát às casas?

D’us às vezes também enviava manchas de tsaraát às paredes das casas. Isto acontecia por uma série de razões:

  • Uma casa judia é especial. As portas têm mezuzot, e a cada sete dias transforma-se em um palácio, recebendo o Shabat. O dono de um verdadeiro lar judeu abre suas portas àqueles que necessitam de comida, tsedacá, um empréstimo, ou qualquer outro tipo de ajuda. Entretanto, se um judeu tem uma bela casa, mas nega-se a ajudar àqueles que precisam de dinheiro ou objetos, de uma refeição ou um lugar para dormir, D’us o pune. No tempo do Bet Hamicdash, D’us fazia com que aparecesse tsaraát nas paredes da casa.
    O cohen então tinha que lacrar aquela casa. E o dono nem ao menos podia entrar em sua própria residência, da mesma forma que a havia fechado para outros que pediram ajuda. E se as manchas de tsaraát continuavam voltando, a casa tinha de ser demolida. Desta maneira, ele era punido por não compartilhar sua casa e seus pertences com outros judeus.
  • Tsaraát nas paredes era uma recompensa: Tsaraát às vezes atingia as paredes de uma casa cujo dono não cometera uma falha. Para esse, a tsaraát era uma recompensa. Descobriam ouro, prata e objetos de valor que haviam sido escondidos nas paredes. Isto jamais teria sido descoberto se não fosse pelas manchas de tsaraát aparecendo nas paredes.