De todas as criaturas que D’us criou, apenas seres humanos podem falar. (Embora animais possam comunicar-se de algumas formas, não usam as palavras). O dom da palavra é um presente de D’us à humanidade. Por isso, D’us nos ordenou manter nossas línguas puras e usá-las para palavras de Torá e chêssed (bondade). Pela maneira que nos expressamos, pode-se perceber que tipo de pessoa somos.

A Guemará conta a seguinte história:

Dois estudantes estavam sentados em frente ao sábio Hilel e discutiam uma Mishná. Um deles perguntou: "Por que uvas devem ser colhidas em recipientes puros, ao passo que azeitonas podem ser cortadas em recipientes impuros?" Ele então explicou a resposta da Mishná.
O outro aluno usou palavras diferentes para fazer a mesma pergunta: "Porque uvas devem ser colhidas em recipientes puros, e azeitonas não necessitam ser colhidas em recipientes puros?" Ele foi cuidadoso em evitar a palavra impuro.

Quando Hilel ouviu as palavras do segundo estudante, disse: "Tenho certeza que este aluno, que foi tão cuidadoso em usar apenas palavras boas, tornar-se-á um mestre de Torá para o povo judeu!" E assim aconteceu; ele tornou-se um grande professor de halachá (lei judaica).
Há outra história a respeito de três cohanim que comentavam entre si o tamanho da porção de lêchem hapanim (o pão do shulchan) que haviam recebido.

O primeiro disse: "Recebi uma porção pequena como uma ervilha."

O segundo declarou: "Recebi um kezáyit, um pedaço do tamanho de uma azeitona."

O terceiro falou: "Recebi um pedaço do tamanho da cauda do lagarto."

Este último exemplo não era uma comparação correta. Não era apropriado comparar uma porção do sagrado lêchem hapanim à cauda de um lagarto, um animal impuro.

Quando os sábios ouviram esta declaração, conferiram a árvore genealógica do cohen.
Descobriram que havia nascido de um casamento proibido para os cohanim. ˜Não lhe foi mais permitido servir no Bet Hamicdash.

Destes relatos aprendemos quão importante é usar uma linguagem pura, refinada, e não vulgar.