A grandeza da Geração do Deserto não pode ser subestimada. D'us a escolheu dentre todas as outras para receber a Sua Torá, sabendo que eles eram justos. Eram fortes em espírito e controlados em sua má inclinação.

Se é assim, por que é que eles tropeçaram no pecado do bezerro de ouro? Por que D'us não os protegeu do pecado, como Ele usualmente procede com os justos?

D'us permitiu que o pecado do bezerro acontecesse para servir como sinal de esperança e encorajamento para os judeus no futuro. O incidente do bezerro de ouro provaria que, não importa o quão distante uma comunidade se desvie do caminho da Torá, nunca estará longe demais para fazer teshuvá. Se, depois de um pecado tão grave como este, o povo judeu foi aceito novamente por D'us, nenhuma comunidade poderá afirmar que caiu baixo demais para retornar a D'us.

É preciso também ter em mente que o grau de dificuldade de um teste é proporcional à grandeza da pessoa (ou da geração). Quanto maior for o nível espiritual, mais severa será a provação: o povo judeu foi submetido a um grande teste. Era exigido que abandonassem o raciocínio humano e que se ativessem à palavra de D'us. (Eles foram testados para ver se colocariam sua fé absoluta nas palavras do profeta de D'us, Moshê. Este prometera que retornaria, portanto era esperado deles que acreditassem, apesar das suas razões lógicas para assumir que Moshê não voltaria, tendo portanto uma justificativa visível para procurar um substituto.)

A subseqüente condenação do pecado da geração por D'us era relativa às suas grandes capacidades. D'us culpou toda a comunidade por não ter protestado. Na verdade, somente os convertidos egípcios (três mil pessoas, ou cinco por cento da população) serviu ativamente ao bezerro de ouro.