Quando Moshê observou o povo, percebeu que a Presença Divina os havia deixado. Todos os adoradores tinham suas testas cobertas por lepra.

No momento que Moshê entrou no acampamento, seu irmão Aharon estava parado próximo do bezerro com um martelo levantado em sua mão, pronto para dar o retoque final na imagem, com mais algumas batidas. Sua intenção era de dizer ao povo que o bezerro ainda não estava pronto, impedindo-os assim de adorá-lo naquela hora. No entanto, vendo seu irmão parado com uma ferramenta, ajudando a construir a imagem, Moshê entendeu a situação erroneamente, sua cólera se ascendeu contra seu próprio irmão.

"O que este povo te fez", trovejou Moshê, "para que você trouxesse este grande pecado sobre eles?"

Aharon se defendeu: "Por favor, que a ira do meu mestre não seja direcionada a mim. Sabes que os elementos mais baixos do povo têm testado D'us constantemente. Eles exigiram que eu lhes desse alguém que o substituísse, sem saber que ainda estavas vivo. Perguntei se alguém tinha ouro, e eles rapidamente me trouxeram todo o ouro que estava em sua posse e joguei-o dentro do fogo - como é que eu iria saber que sairia este bezerro?"

Apesar de Aharon ter agido da maneira errada, Moshê compreendeu as nobres intenções do seu irmão.

Em seguida, Moshê queima o bezerro no fogo e o tritura até transforma-lo em pó. Moshê misturou o pó com água e o deu de beber a todos os judeus.

Qual foi o sentido disso?

Em primeiro lugar, fez com que todo judeu que pensara que o bezerro era um deus compreendesse que estava enganado. O bezerro não era um deus, pois havia terminado no estômago de um homem!

Em segundo lugar, D'us fez um milagre com a água. Todo judeu que havia servido o bezerro de ouro deliberadamente mas que não podia ser castigado pelo tribunal, pois não havia sido avisado, nem tinha testemunhas que o tivessem visto pecar, sentiu que o estômago se inflava como um balão. Continuou crescendo e crescendo até explodir e ele morrer.

Mas os judeus que não tinham pecado não foram afetados pela água. Àqueles que eram inocentes, Moshê deu uma bênção especial para compensá-los pelo humilhante processo pelo qual tiveram que passar, prometendo: "Seus filhos com certeza entrarão em Israel!"

Moshê proclamou: "Aquele cujo coração for totalmente dedicado a D'us, que venha até mim!" Moshê precisava de pessoas íntegras e capacitadas para formar um tribunal que executasse os pecadores.

Somente a tribo de Levi respondeu ao chamado de Moshê. Todas as outras tribos tinham contribuído com jóias para o bezerro.

Moshê ordenou-lhes: "Desembainhem suas espadas. Todo judeu que foi advertido por duas testemunhas para que não adorasse o bezerro de ouro e que foi visto mais tarde por duas testemunhas a servir ao bezerro, deve ser morto por vocês. Mesmo se o homem for seu parente ou amigo, devem matá-lo!"

Os levitas executaram três mil pessoas com espadas, todos eles egípcios convertidos.

O resto do povo de Israel podia facilmente ter impedido que os levitas matassem esses judeus, mas nem um só deles protestou. Pois os judeus eram verdadeiros justos que obedeciam a Moshê. Sabiam que estes mereciam ser punidos desta forma pelo seu pecado, e aceitaram sem discussão.

Na manhã seguinte, Moshê informou o povo de que ele retornaria ao céu para rogar a D'us que os perdoasse. Moshê, em sua grande sabedoria, primeiramente eliminou o bezerro de ouro, e somente depois pediu Seu perdão.

Moshê raciocinou que seria inapropriado pedir a D'us por perdão enquanto o bezerro ainda existisse.

"Antes vou destruí-lo", pensou, "e depois pedirei perdão a D'us pelo pecado."

Para o povo ele disse: "Vocês agiram muito mal! Todos vocês são culpados por não ter protestado contra o bezerro! Deixem-me retornar a D'us; quem sabe alcançarei o perdão pelo vosso pecado!"