A Torá ordena com relação a Rosh Hashaná: "E será para vocês um dia de tocar [um instrumento]." (29:1)
Nossa tradição ensina que em Rosh Hashaná D'us passa o mundo inteiro à Sua frente em julgamento. Decide então que países estão destinados a terem um ano de paz, de guerra, de fome, e que países terão abundância. Cada indivíduo é escrutinado pelo Tribunal Celeste, e tem sua sentença de vida ou morte pronunciada.
Adam (Adão), o primeiro homem, foi julgado por seu pecado no primeiro dia de Tishrei, e D'us tratou-o de maneira benevolente. Por isso, D'us ordenou que, anualmente, nesta data, os descendentes de Adam fossem julgados, e Ele adoçaria Seu julgamento com Misericórdia.
Somos ordenados a ouvirmos o som do Shofar (chifre de carneiro) em Rosh Hashaná.
Quando D'us ouve o soar do Shofar, levanta-Se de Seu Trono do Julgamento e senta-Se em Seu Trono de Misericórdia.
D'us disse: "Toquem um chifre de carneiro em Rosh Hashaná para que Eu possa, assim, recordar o sacrifício de Yitschac (que estava pronto a sacrificar-se e foi substituído por um carneiro), e Eu considerarei como se vocês tivessem se sacrificado."
"Seus toques repetidos também confundem o anjo acusador. No Dia do Julgamento o promotor celestial tem permissão de percorrer o mundo, apontar os pecados das pessoas e apresentar acusações perante o tribunal Divino. Contudo, ao ouvir os diversos toques do Shofar soarem durante as várias preces, ele é silenciado. É obrigado a concordar que os judeus cumprem os mandamentos de D'us com grande devoção e cuidado."
Apesar de ser um Dia de Julgamento, Rosh Hashaná também é celebrado como Yom Tov, completado com refeições festivas e roupas finas.
Que motivo há para júbilo neste dia tão solene?
Duas pessoas pediram um empréstimo a um homem milionário. A cada um concedeu um empréstimo substancial a longo prazo.
Passou-se um ano, e nenhum dos comodatários pagou um centavo sequer. Sendo que um dos comodatários era um velho conhecido, o emprestador decidiu telefonar-lhe lembrando-o de seu débito: "Sabe que você me deve uma soma enorme?" - perguntou. "Aconselho-o a pagar ao menos uma parte. Assim não ficará sobrecarregado ao expirar o prazo."
Grato pelo lembrete, o amigo prometeu remeter-lhe parte de seu débito. Com grande dificuldade conseguiu juntar algum dinheiro e pagou seu credor parcialmente.
Um ano depois o credor percebeu que não recebera mais nenhum pagamento. Ligou ao amigo novamente. O comodatário apertou-se e devolveu mais uma parte do débito. À sua maneira, no decorrer de vários anos, conseguiu pagar o débito inteiro.
O que aconteceu ao outro comodatário? Não ensaiou tentativa alguma de reembolsar o empréstimo. Finalmente, o prazo expirou e o credor exigiu o pagamento. O comodatário precisou declarar falência e, segundo as leis do país, foi preso.
Agradecemos e nos alegramos com a misericórdia do Todo Poderoso em conceder-nos Rosh Hashaná como uma oportunidade de quitar nossos débitos para com Ele. No decorrer do ano, uma pessoa acumula diversos maus hábitos e pecados. Se essa jamais tentar purificar-se deles, pode ser merecedor de alguma punição severa. Rosh Hashaná é a Festa na qual os judeus revalidam a autoridade de D'us sobre si e retornam a Ele. Ficamos felizes com o lembrete anual e com a oportunidade de aceitarmos novamente o Reinado de D'us.
Além disso, nossa felicidade origina-se da convicção de que D'us, após testemunhar nossa teshuvá, anulará os maus decretos contra nós e nos inscreverá para um ano bom.
Yom Kipur
Fazem-se sacrifícios de mussaf em Yom Kipur.
Yom Kipur é o Dia da Expiação, o dia mais sagrado do ano.
Qualquer trabalho proibido em Shabat também é proibido neste dia. Além disso, abstemo-nos de comida e bebida, de nos lavarmos para refrescarmo-nos, usar cosméticos, calçar calçados de couro e manter relações conjugais.
É uma mitsvá receber Yom Kipur cedo e terminá-lo tarde. Assim, começamos o jejum mais cedo, e protelamos sua conclusão.
Desde a Criação, este dia era destinado a ser um dia de teshuvá e súplica a D'us por perdão. Foi nesta data, dez de Tishrei, que Moshê desceu do Monte Sinai com as Segundas Tábuas, dadas por D'us aos judeus como sinal de perdão pelo pecado do bezerro de ouro.
Nossas preces de Yom Kipur incluem o vidui (confissão oral de nossos pecados), um dos principais elementos da mitsvá de teshuvá.
Neste dia o Todo Poderoso diz aos anjos: "Vejam meus virtuosos filhos!"
"Apesar de Eu expô-los a todos os tipos de sofrimentos e perseguições, culpam apenas a si mesmos. Oram: 'Pecamos e agimos errado; Você é Fiel, e somos perversos; Você é tsadic, e somos perversos.' Onde posso encontrar outra nação como eles?"
Exatamente como é mitsvá jejuar em Yom Kipur, assim deve-se banquetear-se na véspera de Yom Kipur, e a Torá considera quem o faz como tendo observado um jejum de dois dias.
Um pobre alfaiate judeu de Roma foi ao mercado comprar um peixe para a refeição festiva da véspera de Yom Kipur.
Chegando à barraca de peixes, viu que sobrara apenas um peixe. Exatamente naquele momento o servo de um nobre chegou para comprar peixe para o almoço de seu amo. Ambos começaram a fazer ofertas, até que finalmente o alfaiate gritou: "Vinte dinares!" Este era um preço inaudito para um peixe, e o servo do nobre reconheceu a derrota.
Quando não serviram ao nobre o prato de peixe esperado para o almoço, convocou o servo.
"Por que não comprou um peixe, como lhe mandaram?" - repreendeu-o.
"Fui comprar," replicou o servo, "porém havia apenas um peixe. Algum alfaiate judeu comprou-o por vinte dinares. O senhor gostaria que eu tivesse pago preço tão exorbitante?"
"Esta é uma história estranha," comentou o nobre. "Desde quando um simples alfaiate pode despender tal quantia com comida? Encontrem esse homem e digam-lhe para vir aqui imediatamente. Quero investigar o assunto."
O servo perguntou para às pessoas sobre o pobre alfaiate e logo descobriu seu endereço. Apressou-se à casa dele e ordenou-lhe que se apresentasse perante o nobre.
O alfaiate foi recebido asperamente: "Por que você cobriu a oferta de meu servo?" - berrou o nobre.
"Asseguro-lhe, meu mestre," desculpou-se humildemente o alfaiate, "que não agi por desdém. Deixe-me explicar porque precisava deste peixe. Nós, judeus, temos um dia por ano no qual o Todo Poderoso perdoa os pecados que cometemos durante o ano inteiro. Você não acha que devemos honrar a chegada deste Grande Dia com as melhores comidas?"
O nobre ficou satisfeito com a explicação e dispensou-o.
A história não acaba aqui. D'us recompensou o alfaiate por ter honrado Yom Kipur. Ao abrir o peixe, descobriu dentro deste uma pérola valiosa, cuja venda permitiu-lhe viver confortavelmente pelo resto da vida.
O mussaf de Sucot
Em cada um dos sete dias de Sucot oferecemos um número de sacrifícios de Mussaf diferente.
A soma das oferendas de Mussaf durante Sucot dá um total de 70 touros, e 98 cordeiros.
Os setenta touros representam as setenta nações do mundo, uma vez que touros são notórios por sua força física. Similarmente, as nações gentias são caracterizadas por seu poderio físico. Os cordeiros fracos e indefesos simbolizam o povo judeu entre os outros povos.
O número de touros diminui a cada dia, simbolizando que as nações que não servem D'us diminuirão. O número de cordeiros, contudo, permanece imutável, indicando que o povo judeu sobreviverá firmemente a todas as épocas da história.
Por que D'us ordenou que os judeus oferecessem setenta touros?
Os sacrifícios expiam pelas setenta nações. Como os judeus oferecem sacrifícios pelos outros povos, estes são protegidos de infortúnios.
Quando o Templo Sagrado foi destruído, as nações do mundo também sofreram grandes perdas, uma vez que os judeus costumavam oferecer sacrifícios para promover o bem estar do mundo inteiro.
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