Moshê ensinou aos judeus as mitsvot de guardar o Shabat assim que começaram a travessia do deserto, mesmo antes de receberem a Torá.

Subitamente, um povo inteiro ouviu que durante vinte e quatro horas a cada semana estavam proibidos de cozinhar, assar, escrever, apagar, construir, demolir edifícios, e de todos os outros trabalhos não permitidos no Shabat.

Moshê estava preocupado de que alguns judeus cometeriam erros ou se esqueceriam, fazendo um trabalho proibido. Por isto, antes que chegasse o primeiro Shabat, ele designou indivíduos cuja função era patrulhar o acampamento durante o Shabat, assegurando-se que nenhum judeu realizaria um trabalho proibido.

No primeiro Shabat, os responsáveis ficaram satisfeitos. Todo o povo de Israel cumpriu conscientemente as leis de Shabat. Mas no segundo Shabat, tiveram uma visão chocante: um judeu estava apanhando gravetos de um campo.

Durante o Shabat, é proibido juntar plantas (como também cortar madeira e carregar em público). Este trabalho é denominado hameamer.

"Pare!" - gritaram os guardas. "É Shabat! Aquele que profana o Shabat é condenado à morte!" Mas o homem replicou: "Não me importo," e continuou a juntar os gravetos. Quando os guardas viram que o homem estava transgredindo o Shabat de propósito, prenderam-no e o levaram perante Moshê.

"Ele profanou propositadamete o Shabat," disseram a Moshê.

Moshê disse: "Este judeu deve ser punido com a morte."

Entretanto, não estava seguro sobre qual o tipo de sentença de morte o tribunal deveria pronunciar. "Coloque o homem na prisão até que eu pergunte a D'us," ordenou ele.

Moshê perguntou a D'us: "Que tipo de morte merece alguém que intencionalmente profanou o Shabat?"

D'us respondeu: "É punido com o apedrejamento."

O homem foi então punido.

Esta punição impressionou todos os judeus que a testemunharam. Perceberam como é grande a santidade do Shabat. A partir de então, fariam tudo para cumprir todas suas leis.

Conforme uma opinião de nossos sábios, este homem era um tsadic de nome Tselofchad. Ele cometeu o pecado com uma intenção positiva. Pensou: "Os homens desta geração ouviram de D'us que morrerão no deserto. Agora poderiam pensar: "Como as mitsvot foram outorgadas principalmente para serem cumpridas em Israel, e não chegaremos lá, não precisamos levá-las tão a sério." Por isto, Tselofchad decidiu sacrificar sua própria vida a fim de mostrar a todos o castigo de alguém que profana uma das mitsvot.