Yaacov e sua família continuaram viajando em direção a Hebron, onde morava Yitschac, seu pai. No caminho Rachel deu a luz à um segundo filho, Binyamin.

Inicialmente, Rachel o chamou 'Ben Oni', que significa 'filho de minha dor', pois sentira que estava para morrer. Mas Yaacov trocou o nome do bebê para 'Binyamin', que significa 'filho da direita'. Queria dizer com isso: "este filho apoiará minha mão direita na minha velhice."

Rachel faleceu durante o parto. Yaacov enterrou Rachel perto de Bet Lêchem (Belém), no local onde ela falecera. Sobre seu túmulo ele ergueu um monumento memorial, para o qual cada filho trouxe uma pedra. Yaacov colocou as pedras uma em cima da outra, formando um pilar, colocando a sua pedra no topo.

Por que Yaacov não levou Rachel à Gruta de Machpelá para enterrá-la junto com as outras matriarcas?

Antes de falecer Yaacov explicou a seu filho Yossef a razão de sua conduta (porque Yossef indicou ao pai que objetava enterrar Rachel ao lado da estrada), dizendo: "Juro-lhe que exatamente tanto quanto você quer que sua mãe descanse na Gruta da Machpelá, assim desejo que ela seja enterrada lá!"

"Ordene isto agora," apressou-o Yossef, "e eu ainda a transferirei e a enterrarei na Gruta de Machpelá!"

"Você não pode fazer isto, meu filho," respondeu Yaacov, "porque enterrei-a no cruzamento de estradas de Bet Lechem, de acordo com a ordem Divina. No futuro, quando os filhos de Rachel forem exilados por Nevuchadnetsar, no caminho à Babilônia, passarão pelo túmulo de Rachel. Ela suplicará a D'us por misericórdia para seus filhos, e D'us escutará sua prece".

As palavras de Yaacov cumpriram-se quando o povo judeu foi exilado após a destruição do primeiro Templo Sagrado.

Rachel levantou-se perante D'us e rezou: "Mestre do Universo, sabes muito bem o quanto Seu servo Yaacov me amou, e serviu meu pai por sete anos por mim. Ao final dos sete anos, quando chegou o momento do casamento, meu pai decidiu dar-lhe minha irmã em meu lugar. Eu sabia, e encontrei-me numa situação bastante difícil. Enviei uma mensagem a meu futuro marido, e ele me revelou certos sinais através dos quais ele poderia distinguir-me de minha irmã. Então o plano de meu pai teria falhado. Mais tarde, porém, mudei de idéia, porque tive pena de minha irmã, que seria exposta à vergonha pública. Quando minha irmã estava vestida para o casamento, revelei-lhe os sinais secretos que havia combinado com Yaacov, e até me escondi no quarto do casal, e respondi às questões de Yaacov, para que ele não descobrisse o engodo através de sua voz."

"Sou apenas humana, mas não tive ciúmes dela, nem a expus à desgraça. O Senhor é o D'us Eternamente Vivo, por que deveria ter ciúmes de ídolos insignificantes, e permitir que, em conseqüência, Seus filhos sejam exilados, mortos a fio de espada, e sofram abusos dos inimigos?"

A prece de Rachel evocou a misericórdia de D'us, e Ele respondeu-lhe (Yirmiyáhu 31:15-16), "Abstenha tua voz de chorar, e teus olhos de lágrimas, pois teus bons atos serão recompensados, diz D'us, e eles [teus filhos] retornarão novamente da terra do inimigo!"

Hoje em dia, mais de 3500 anos após o falecimento de Rachel, conhecemos a localização do túmulo de Rachel. Muitos judeus vão lá para rezar. D'us ouve suas preces em mérito da matriarca Rachel, a grande tsadêket.