Você já ouviu falar de Dina Fahimi, de Netivot, a mulher da foto? Tenho vergonha de dizer que eu não. Até a noite do Sêder deste ano.

No dia 7 de outubro, um míssil vindo de Gaza atingiu diretamente a casa da família Fahimi. Dina perdeu o marido, Rafael z"l, o genro Natanel z"l, casado com sua filha Tal, e o neto mais velho, Rafael z"l, pouco antes de seu Bar Mitsvá. Três gerações assassinadas no mesmo dia.

E agora Dina, junto com a filha Tal, que ficou viúva, e os netos órfãos, vieram celebrar o Sêder em Jerusalém, junto com outras 30 famílias enlutadas. Tivemos o privilégio de estar com eles e ver como pessoas corajosas saem do “Egito”. Desta vez, quero focar na Dina e no que aprendi com ela:

1. Como é possível que ninguém que eu perguntei tenha ouvido falar da história da família Fahimi? Essas histórias são tão chocantes – mas também tão importantes. Este é um lembrete: não podemos apagar ou esquecer quem é o nosso inimigo, e o que ele quer fazer com cada um de nós todos os dias, não apenas no 7 de outubro.

2. Devemos saber e lembrar disso não só por causa do mal, mas por causa do bem: todos conhecem Miriam Peretz e Iris Haim. Dina Fahimi é feita do mesmo material. Da dor e da destruição – surgem otimismo e fé. Quantos heróis assim subiram aos céus sem que tivéssemos a chance de conhecê-los, e quantos ainda vivem entre nós e é fundamental conhecer.

3. No final da festa, fizemos uma roda. Perguntei a cada família qual era a sua mensagem. Quando chegou a vez da Dina, ela disse que não tinha o que acrescentar às palavras da Hagadá de Pêssach que lemos naquela noite. Aquelas palavras dizem tudo. É realmente impressionante como, para quem vive com profundidade, o passado se conecta com o presente e com o futuro: o maror (erva amarga) e também a matsá, “com teu sangue viverás”, “em cada geração se levantam contra nós para nos destruir”, “e foi isso que nos sustentou – a nossos pais e a nós” e também – “no ano que vem em Jerusalém reconstruída”, na redenção completa. Amen!

Obrigada a Mendi Kenig e a todos do grupo “Menuchá Veyeshua” por um Shabat e uma festa tão elevados. Obrigada a Kobi Lupolianski e ao hotel “Yirmiyahu 33”, da organização Yad Sarah. Obrigada à família Fahimi e a mais trinta famílias heroicas pelo privilégio de conhecer e até mesmo de celebrar juntas o feriado judaico.

Que tenhamos boas notícias.