Dez grandes sábios foram brutalmente torturados e executados pelos romanos.

Embora dois deles tenham sido mortos na época do churban e os outros durante o Shaas Hashmad, todos os 10 estão agrupados na liturgia de Tisha B'Av e Yom Kipur. (O Midrash afirma que todos os 10 foram mortos como uma punição nacional divina pela venda de Yossef por seus 10 irmãos.) Existem várias versões no Midrash quanto à identidade dos 10 sábios, incluindo:

Rabino Akiva

O maior dos Tannaim, Rabi Akiva aproximou-se do nível de Moshe. De origem humilde e descendente de convertidos, Rabi Akiva foi um pastor ignorante até os 40 anos de idade. No entanto, a filha de seu rico patrão, Rachel, viu seu refinamento de caráter e potencial para grandeza, e propôs casar-se com ele se ele desejasse estudar a Torá. Seu pai se opôs veemente ao casamento e proibiu o casal de usufruir e herdar seus bens. Como resultado, eles viveram em extrema pobreza.

Para que ele pudesse estudar adequadamente, Rachel mandou Rabi Akiva embora e não o viu por 24 anos, até que ele retornou como um grande sábio da Torá acompanhado por 24.000 discípulos.

Rabi Akiva serviu infatigavelmente ao povo judeu como um de seus maiores sábios, viajando por todo o mundo judaico para ajudar comunidades periféricas com necessidades espirituais e para arrecadar fundos para os pobres e para instituições da Torá.

Naquela época, ele sofreu uma enorme tragédia que teria destruído qualquer líder: a erradicação do trabalho de sua vida. Todos os 24.000 estudantes morreram vítimas de uma praga que D’us os acometeu por não demonstrarem o devido respeito uns pelos outros. (Como este infortúnio ocorreu durante o período de sete semanas entre Pessach e Shavuot, é costume que os judeus observem algumas práticas de luto durante esse período.) Destemido, Rabi Akiva ensinou cinco novos alunos, que se tornaram o núcleo da liderança da Torá para a próxima geração.

Numa famosa história relatada no Talmud, Rabi Akiva desrespeitou publicamente o decreto romano contra o estudo da Torá. Os romanos o prenderam e depois esfolaram-lhe a carne com pentes de ferro. Impermeável à dor, Rabi Akiva recitou o Shemá, antecipando alegremente a oportunidade de santificar o nome de D'us com sua vida. Enquanto ele pronunciava a palavra Echad, que significa a unidade de D'us, a alma de Rabi Akiva partiu. Embora o seu assassinato tenha sido uma tragédia, o sacrifício de Rabino Akiva serviu de inspiração para inúmeros mártires judeus ao longo dos séculos.

Rabino Hanania Ben Tradyon

Quando o rabino Hanania ben Tradyon foi pego ensinando Torá em público, os romanos decidiram fazer dele um exemplo. Consequentemente, o Rabino Hanania foi embrulhado em um rolo da Torá, que foi então incendiado. Como se essa tortura não bastasse, foram colocadas sobre seu corpo tiras de lã encharcadas de água para prolongar sua agonia. Enquanto seus alunos desesperados olhavam impotentes, Rabi Hanania os inspirou com sua famosa declaração: "O pergaminho está queimando, mas as letras estão voando", significando que os inimigos podem esmagar o corpo judeu, mas não o espírito.

Embora o rabino Hanania se recusasse a encurtar sua vida respirando a fumaça, ele consentiu quando o carrasco lhe perguntou se deveria remover a lã.

Profundamente comovido pela grandeza espiritual que testemunhava, o oficial romano tirou a lã e pulou ele mesmo no fogo. Através do seu ato corajoso, o carrasco também alcançou a eternidade no Céu.

Rabino Yehuda Ben Bava

Para evitar o surgimento de uma nova geração de estudiosos da Torá, os romanos proibiram a semichá, ordenação rabínica. Esta lei draconiana exigia uma punição severa – a execução de todas as partes envolvidas em qualquer ordenação e a destruição das cidades da região. No entanto, para manter a ordenação de rabinos, Rabi Yehuda levou cinco discípulos para uma área montanhosa e desabitada e os ordenou. Constantemente alertas para tais transgressões, às forças romanas aproximaram-se rapidamente deles. Heroicamente, Rabi Yehuda mandou seus alunos embora, mas se recusou a fugir; seu corpo foi criado por 300 lanças.

Rabino Shimon Ben Gamliel Hanasi e Rabino Ishmael Kohen Gadol

Esses dois mártires foram mortos durante a época do Churban, 65 anos antes dos outros. Quando cada sábio implorou para ser morto primeiro, para não testemunhar a execução de seu ilustre colega, os romanos sadicamente lançaram a sorte, e Rabi Shimon foi assassinado primeiro.

Enquanto o rabino Ishmael lamentava a perda de seu amigo próximo, a filha do carrasco implorou ao pai que o mantivesse vivo. A filha do carrasco, atraída pela beleza física do rabino, implorou ao pai que o mantivesse vivo. Quando o romano recusou, sua filha pediu que a pele facial do rabino Ishmael fosse removida para que ela pudesse sempre contemplar sua beleza. Este pedido indescritivelmente bárbaro foi atendido, e o rosto do Rabi Ishmael foi esfolado enquanto ele ainda estava vivo. Como insulto adicional, a pele foi mantida em armazenamento romano, para ser usada pelas legiões como forma de dar sorte durante a batalha. O rosto do Rabi Ishmael também foi exibido numa cerimônia realizada uma vez a cada 70 anos nas ruas de Roma para celebrar a ascendência de Esav (Esaú) sobre seu irmão Yaacov (Jacó).

De acordo com a liturgia do Yom Kipur, os outros cinco mártires são Rabi Elazar ben Shamua, Rabi Hanina ben Hachinai, Rabi Jeshevav, o Escriba, Rabi Yehuda ben Damá e Rabi Hutzpith HaMeturgeman. O Midrash descreve a maneira brutal e terrível como os romanos mataram cada um deles.