Pergunta:
Tentamos entender o sentido das coisas. Mas como a causa/efeito, mitsvá/bênção pode funcionar nesta campanha de fazer uma mitsvá para proteção dos soldados e de Israel que está do outro lado do planeta?
Judeu Intrigado
Resposta:
Caro Judeu Intrigado,
Sim, um quebra-cabeças - este é um bom exemplo. Um quebra-cabeças onde todas as peças se conectam para formar um todo. O mesmo com judeus e mitsvot. Todos os do nosso povo e todas as nossas mitsvot se encaixam para formar um único todo. E cada peça é necessária. Mas deixe-me dar a você uma metáfora melhor, algo que você possa entender melhor.
Pense no povo judeu inteiro como um único organismo vivo, e então tudo faz sentido. Um ser vivo não é como uma máquina grosseira. Para começar, as máquinas são feitas juntando-se partes que originalmente e separadas nada tinham a ver umas com as outras. Mesmo depois de montada, uma máquina ainda é um amontoado de peças. Porém um organismo vivo começa com uma única célula que então se desenvolve numa criatura completa - de tal maneira que mesmo desenvolvida e funcional, ainda permanece como uma singularidade.
Em outras palavras, ao contrário de uma máquina, um ser vivo é um ser único. E num ser único, a localidade é secundária. O que acontece numa parte de um ser vivo muda imediatamente o organismo inteiro. E é assim que o povo judeu também funciona.
Somos um - essencial e integralmente um. Temos um D'us, uma Torá, uma história para contar e um destino ao qual chegaremos.Tudo bem, aqui está um exemplo que pode lhe ser familiar (ou não):
Caenorhabditis elegans. Este pequeno C. elegans carrega a distinção de ser a criatura mais exaustivamente estudada e exposta no mundo. Trata-se de um verme arredondado transparente com um milímetro de comprimento com exatamente 959 células (nosso organismo humano tem cerca de 75 trilhões de células). Pesquisadores esperavam que ao começar com esse modelo simples e ,chegar ao final, todos os processos e regras que governam a vida poderiam ser explicados. E assim, por volta de 1980, o destino de cada uma daquelas células, do ovo até a idade adulta, já estava mapeado. Porém aqueles pesquisadores nunca conseguiram o que almejaram.
Em 2002, Sydney Brenner recebeu um Prêmio Nobel por todo o tempo que passara com aquele pequeno verme. Os críticos protestaram. Eles alegaram que Brenner não tinha explicado nada - tudo que tinha feito foi descrever o que acontece dentro do pequeno verme. E Brenner teve de reconhecer que eles estavam certos. “Não é um processo alinhado, sequencial,” explicou ele. “É tudo acontecendo ao mesmo tempo… não há uma maneira mais resumida de decretar uma lei para o que acontece do que apenas descrevendo o que há.” (a ênfase é minha)
Chame isso de uma singularidade irredutível. Algo cuja única descrição é aquilo mesmo. Isso significa que se uma parte estivesse faltando, não seria o que é. E sempre que uma parte muda, a totalidade muda instantaneamente. Algo como uma sinfonia: você não pode dar-me uma equação matemática que produzirá Beethoven. A única descrição que posso ter é ouvindo-a. E se uma parte for mudada - uma nota doce se torna amarga, ou uma tríade forte tocada suavemente - a experiência da sinfonia inteira muda.
Agora aplique isso ao povo judeu. Somos um - essencial e integralmente um. Temos um D'us, uma Torá, uma história para contar e um destino ao qual chegaremos. Cada um de nós tem seu papel essencial a desempenhar. E assim, tudo aquilo que um de nós faz, redefine imediatamente o estado de nosso povo inteiro.
Pense no povo judeu inteiro como um só organismo, e então tudo faz sentido.A localidade não é importante - não se trata de causa e efeito. Não leva tempo para o sinal viajar, não é preciso um meio para carregá-lo, e ele não diminui no decorrer do espaço ou do tempo. Nosso povo está espalhado pelo planeta inteiro, desde Avraham até você e eu - somos todos uma singularidade irredutível. Um judeu cumpriu uma mitsvá - o povo inteiro é imediatamente enriquecido, e aquele enriquecimento é sentido em todo indivíduo. Além disso: se você de alguma forma se conecta com outro judeu que está lutando com algum desafio ético na vida, encontre aquele mesmo desafio dentro de si mesmo, conserte-o - e você descobrirá que esse outro judeu agora tem mais facilidade para superar aquele conflito. É assim que nos mantemos profundamente conectados.
Pedi a muitos judeus para colocar tefilin ou acender velas de Shabat ou cumprir alguma outra mitsvá “pelos nossos rapazes em Gaza”. Todo judeu imediatamente concordou. “Claro é uma mitsvá!” Porque um judeu sente o efeito da mistvá. E um judeu sabe que somos um povo além do tempo e do espaço. Somos um. Tudo o mais é comentário.
Então, você também pode escolher adotar uma mitsvá em prol da segurança de nossos jovens soldados que defendem a nossa terra e nossa própria existência.
Que D’us proteja a todos e possam retornar com saúde e paz para casa.
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