ANIMAÇÕES | 19 de abril de 2017

Vídeo sobre Antisemitismo

O que é o antissemitismo e como ele mudou ao longo dos séculos? Nos últimos meses e anos assistimos ao retorno e ascensão do antissemitismo em toda a Europa e em todo o mundo. Mas como o antissemitismo sofreu mutações ao longo do tempo? E porque seu regresso hoje representa um perigo não apenas para os judeus, mas para todos os que se preocupam com a nossa humanidade comum?

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Transcrição

Na memória viva do Holocausto, após o qual o mundo disse que isso nunca aconteceria novamente, o antissemitismo voltou.

Mas o que é o antissemitismo e porque seu regresso deveria ser motivo de grande preocupação, não apenas para os judeus, mas para todos nós?

Historicamente, o antissemitismo é algo difícil de definir, porque ele se expressa de maneiras tão contraditórias. Antes do Holocausto, os judeus eram odiados porque eram pobres e porque eram ricos; porque eram comunistas e porque eram capitalistas; porque se mantiveram isolados e porque se infiltraram por toda parte; porque se apegavam a antigas crenças religiosas e porque eram cosmopolitas sem raízes, que não acreditavam em nada.

Então, o que é antissemitismo? Sejamos claros: não gostar das pessoas porque são diferentes não é antissemitismo. É xenofobia. Criticar Israel não é antissemitismo: é parte do processo democrático e Israel é uma democracia.

O antissemitismo é algo muito mais perigoso – significa perseguir judeus e negar-lhes o direito de existirem coletivamente como judeus com os mesmos direitos que todos os demais.

É um preconceito que como um vírus tem sobrevivido ao longo do tempo através de mutações.

Então na Idade Média os judeus foram perseguidos por causa de sua religião. Nos séculos 19 e 20 foram insultados por causa da sua raça. Hoje, os judeus são atacados por causa da existência do seu Estado-nação, Israel. Negar o direito da existência de Israel é o novo antissemitismo.

E tal como o antissemitismo sofreu mutações, o mesmo ocorreu com a sua legitimação. Cada vez que a perseguição se transformava em barbárie, os perseguidores recorreram a mais elevada forma de justificação disponível.

Na Idade Média, era a religião. Na Europa pós-iluminista era a ciência: o chamado estudo científico da raça. Hoje são os direitos humanos. Sempre que ouvimos os direitos humanos serem invocados para negar o direito da existência de Israel, estamos ouvindo o novo antissemitismo.

Então, por que ele retornou? Há muitas razões mas uma principal é a falha cognitiva chamada bode expiatório.

Quando coisas ruins acontecem a um grupo, seus membros podem fazer uma dessas duas perguntas: “O que fizemos de errado?” ou “Quem fez isso conosco?” Todo o destino do grupo dependerá de sua escolha.

Se ele perguntar: “O que fizemos de errado?” iniciou o processo de cura do dano. Se, em vez disso, perguntar: “Quem fez isso conosco?” definiu-se como vítima. Procurará então um bode expiatório para culpar por todos os seus problemas.

Ao longo da história, estes têm sido os judeus, porque durante mil anos eles foram a minoria não-cristã mais visível na Europa e hoje porque Israel é o país não-muçulmano mais visível no Médio Oriente.

O argumento é sempre o mesmo. Somos inocentes; portanto, eles são culpados. Portanto, se quisermos ser livres, eles – os Judeus ou o Estado de Israel – devem ser destruídos. É assim que começam os grandes males.

Por que então deveríamos todos nos preocupar com isso? Afinal, se não somos judeus, o que isso tem a ver com a gente?

A resposta é que o antissemitismo é sobre a incapacidade de um grupo de abrir espaço para a diferença.

E porque somos todos diferentes, o ódio que começa com os judeus nunca termina com os judeus.

Não foram apenas os judeus que sofreram sob Hitler. Não foram apenas os judeus que sofreram sob Stalin. Não são apenas os judeus que sofrem sob o domínio dos radicais islâmicos e outros que negam o direito de existência de Israel.

O antissemitismo é o sinal de alerta precoce mais confiável do mundo de uma grande ameaça à liberdade, à humanidade e à dignidade da diferença.

Importa para todos nós. É por isso que devemos lutar juntos.