Pergunta:
Por que muitos judeus hoje dão às crianças nomes de parentes falecidos, reciclando os mesmos nomes continuamente? Este não parece ter sido o nosso caminho na era bíblica…
Resposta:
Você está certo; poucas pessoas – se houver alguma – parecem ter recebido nomes de parentes nos tempos bíblicos. Em vez disso, as crianças recebiam nomes de acordo com as circunstâncias de seu nascimento ou outros eventos memoráveis. Nisso eles estavam seguindo o exemplo dos dois primeiros personagens bíblicos: Adam (Adão)recebeu esse nome em homenagem à adamá (terra) da qual foi formado, e Chavá (Eva) que recebeu esse nome por ser a mãe de toda chai (vida).
No período tanaítico (mais de 2.000 anos atrás), as coisas mudaram e o costume de dar aos filhos o nome dos ancestrais tornou-se predominante.
Por que é assim? Os sábios do Midrash discutiram esta questão:1
O Rabino Yossi era da opinião que devido à instabilidade dos tempos, as pessoas temiam que os seus filhos esquecessem a sua herança. Dar aos filhos o nome de seus avós era uma forma de promover um senso de continuidade e propósito.
Em contraste, no Israel bíblico, as pessoas tinham uma longa vida e uma forte identidade cultural, e por isso tinham a confiança necessária para usar alguma criatividade na atribuição de nomes.
Rabi Shimon ben Gamliel (que fazia parte de uma famosa cadeia de Gamliels e Shimons) ensinou que nossos ancestrais tiveram inspiração divina para orientá-los na escolha do nome apropriado para seus filhos. Nós, no entanto, que não recebemos tal compreensão, damos aos nossos filhos o nome dos nossos pais.
No entanto, o grande Cabalista, o Arizal, afirma que sempre que os pais dão um nome a um filho, um espírito de profecia está de alguma forma envolvido. Assim, na verdade, o significado de um determinado nome – além da sua ligação com um antepassado – tem um significado real na vida dessa criança.
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