1. Maror é uma erva amarga

A palavra hebraica maror ( מרור ) significa “amargo”. As escrituras ordenam que o cordeiro pascal seja comido na véspera de Pessach junto com matsot (“pães ázimos”) e merorim (“[ervas] amargas”).1

2. Alface romana é procurada

O Talmud lista cinco tipos de vegetais amargos que podem ser usados.2 Hoje, a maioria das pessoas usa raiz de rábano (que armazena bem e estava disponível em abundância para nossos ancestrais da Europa Oriental após o longo inverno) e alface romana. Por que a alface romana, que na verdade não é amarga? Os sábios explicam que, se permanecer muito tempo no solo, torna-se amargo e duro.

3. Recorda a amarga escravidão

O fato de a alface romana começar doce e se tornar amarga com o tempo é significativo, porque o propósito de comer maror é nos lembrar da amargura da escravidão egípcia que gradualmente se intensificou com o tempo.3

4. É comido como parte do Seder

Hoje, o maror é comido como a etapa 9 da festa cerimonial de 15 etapas conhecida como Seder (“ordem”), que é realizada nas (duas) primeiras noites da Páscoa (na Diáspora).

Leia: 15 fatos sobre o Seder de Pessach

5. Recitamos uma Bênção

Antes de comermos o maror, falamos uma prece especial: “Bendito sejas Tu… Que nos ordenaste a respeito de comer maror.4

Imprimir: A Hagadá (Em Hebraico e Português)

6. Comemos de novo com Matsá

Nos tempos do Templo, o grande sábio Hillel embrulhava matzá, ervas amargas e a carne assada de sua oferta de Páscoa e comia. Para comemorar isso, o passo 10 do Seder é Korech (“embrulho”), no qual comemos maror entre dois pedaços de matsá. 5

Leia: Corêch, o Sanduíche

7. É mergulhado no charosset

Antes de comermos o maror, ele é mergulhado em uma pasta especial chamada charosset. Historicamente, uma das razões para isso é porque o charosset neutralizava um verme prejudicial conhecido como kappa, encontrado na alface. Embora o kappa não seja mais comum, ainda mergulhamos o maror no charosset por outro motivo importante: sua consistência nos lembra o cimento com o qual nossos ancestrais construíram cidades para o faraó.6

8. As crianças perguntam sobre isso

A noite do Seder começa com as crianças fazendo as Quatro Perguntas. Duas dessas questões se relacionam com o maror:

Por que em todas as outras noites, não mergulhamos nem uma vez; esta noite, mergulhamos duas vezes?

“Por que em todas as outras noites, comemos apenas verduras; esta noite [comemos] apenas maror?”

Leia: Quais são as Respostas para as Quatros Perguntas
A melodia, Má Nishtaná:

9. Hoje é rabínico

Conforme prescrito na Torá, as ervas amargas eram consumidas junto com a carne do sacrifício de Pessach. Como hoje em dia não existe o Templo Sagrado e, portanto, não há sacrifícios de animais, não há oferendas de Pessach. No entanto, os Sábios decretaram que ainda comêssemos o maror no Seder como um memorial.7

10. Não Reclinamos

Quando comemos os alimentos simbólicos e bebemos os quatro copos de vinho na noite do Seder, nos reclinamos à maneira dos comensais em banquetes clássicos da era da antiguidade. A exceção a esta regra é o maror. Não nos reclinamos.

Veja: Por Que Reclinar-se?

11. Está no Prato do Sêder — Duas vezes!

A refeição do Seder é realizada em torno de uma bandeja cerimonial (conhecida como Keará ou “prato do Seder”), que contém todos os alimentos rituais que serão consumidos naquela noite, incluindo duas porções de maror. Um é conhecido como maror, é usado para a primeira porção de ervas amargas consumidas na refeição. O outro, conhecido como chazeret (“alface”, romana”), é usado para o sanduíche de Hillel.

Leia: Leia: Keara, a Travessa do Seder

12. Comemos pelo menos uma porção do tamanho de uma azeitona

Nas duas vezes em que comemos maror, devemos comer uma porção pelo menos do tamanho de uma azeitona (pode-se chegar a essa quantidade combinando dois tipos de maror, como alface e raiz-forte 8). Ao calcular o tamanho exato de uma azeitona, somos um tanto tolerantes, pois o maror que comemos é determinado pelos rabinos e não uma obrigação da Torá 9

13. Reflete nossa realidade

Acabamos de comer a matsá, o símbolo de nossa liberdade, e, ainda assim, ainda comemos o maror, que lembra nossa escravidão. Isso ocorre porque, embora vivamos em uma realidade pós-Êxodo, o mal ainda prevalece e muitos ainda estão “aprisionados” tanto por amargura interna quanto por circunstâncias externas. Comendo o maror, esperamos e rezamos pelo dia em que toda amargura se tornará doce, como nossa doce e não amarga alface.