Sim, é fato: segundo a tradição judaica existem quatro “Anos Novos”.1
Sobre qual Ano Novo você gostaria de aprender mais?
1º de Nissan - Ano Novo para Reis e Festivais
“Este mês [Nissan] será para você a cabeça dos meses. Para você, será o primeiro dos meses do ano”.2
O que significa isso? Rashi explica:
“Este será o primeiro da ordem do número de meses, então Iyar será chamado o segundo [mês], e Sivan o terceiro [mês].”3
De fato, é assim que os meses são referidos nas Escrituras. Por exemplo, os anos do reinado de um rei judeu são contados de Nissan a Nissan. Portanto, se um novo rei fosse coroado em Adar, o segundo ano de seu reinado começaria menos de um mês depois, no dia 1º de Nissan — o “Ano Novo dos Reis”. Isso teve ramificações práticas, pois era comum datar os documentos de acordo com os anos do reinado do rei.4
O 1º de Nissan é também o “Ano Novo para os Festivais”. Isso significa que Pessach é o primeiro dos Festivais de Peregrinação, Shavuot o segundo e Sucot o último, de acordo com a ordem listada na Torá. Isso tem aplicações práticas em relação a um indivíduo que prometeu trazer uma oferenda ao Templo.
Quando consideramos que seu voto não foi cumprido?
O Talmud afirma que uma vez que três festivais tenham passado, ele é responsável pela proibição: “Quando você fizer um voto ao Eterno, teu D'us, você não deve atrasar em pagá-lo.”
De acordo com o rabino Shimon, você violaria essa proibição apenas se os três festivais ocorressem em sua ordem correta, ou seja, começando com Pessach e terminando com Sucot.5
1º de Elul - Ano Novo para Dízimos de Animais
Na época do Templo, havia a obrigação de dizimar cada décimo animal do rebanho. Este animal era sacrificado no Templo, e os donos consumiam sua carne dentro dos muros de Jerusalém.6
A cada ano, a pessoa tinha a obrigação de contar os novos animais e dizimá-los. Esta contagem começa no dia primeiro de Elul; os animais nascidos antes desta data fazem parte do rebanho do ano anterior.
1º de Tishrei - Ano Novo
Rosh Hashaná, 1º de Tishrei, é o Ano Novo judaico. A Mishná7 descreve-o como “O Ano Novo para os anos, Shemitá, Jubileu, para plantar [e ofertar] vegetais”.
O “Ano Novo para Anos” refere-se simplesmente ao número de anos desde a criação.8 Rosh Hashaná, como o aniversário de toda a Criação,9 é celebrado como um feriado. É o dia em que coroamos D’us nosso Rei, e tocamos o shofar. Além disso, os anos sabáticos do Jubileu começam no dia 1º de Tishrei. A partir dessa data, todas as leis pertinentes se aplicam.
É também a data a partir da qual contamos o plantio das árvores, que é necessário para calcular quando uma árvore deixa de ter o status de orlá. Nos primeiros três anos após o plantio, os frutos de uma árvore são considerados orlá e são proibidos. Esta contagem não começa quando a árvore é plantada, mas a partir do Rosh Hashaná anterior. (Se a árvore foi plantada após o dia 16 de Av, a contagem começa no próximo Rosh Hashaná, resultando em uma contagem de pouco mais de três anos.)
Finalmente, o dia 1º de Tishrei marca a data limite para o dízimo de vegetais. Qualquer coisa colhida depois de Rosh Hashaná não é dizimada com produtos colhidos no ano anterior.
15 Shevat - Ano Novo para as Árvores
O dia 15 de Shevat, comumente conhecido como Tu BiShvat, é o único “Ano Novo” além de Rosh Hashaná que é comemorado atualmente. É uma época de renovação, quando a seiva sobe para nutrir os frutos da próxima primavera, e muitos têm o costume de comer frutas, principalmente as das sete espécies com as quais a Terra de Israel é abençoada.
Esta data também tem ramificações haláchicas práticas. Os frutos formados na árvore antes do dia 15 de Shevat são dizimados com os frutos do ano anterior. Além disso, explicamos acima que a fruta de uma árvore nos primeiros três anos após o plantio é proibida. No quarto ano, é chamado neta revai e deve ser resgatada antes do consumo. A fruta que amadurece antes do dia 15 de Shevat no quarto ano ainda é considerada orlá e não neta revai.10
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