Querida Rachel,
Meu filho acabou de começar a 7ª série, que é seu primeiro ano do ensino médio. Embora ele seja um aluno talentoso e sempre tenha se saído bem em suas aulas, de repente este ano ele odeia a escola. Ele reclama constantemente e está muito estressado e ansioso. Ele quer desesperadamente mudar de escola, mas não tenho certeza se isso é realmente algo que devemos considerar no meio do ano. O que podemos fazer para ajudá-lo?
Mãe preocupada
Resposta:
Cara mãe,
Você menciona vários fatores importantes, cada um devendo ser analisado separadamente e, em seguida, no contexto da situação geral. Em primeiro lugar, a transição para o ensino médio do ensino fundamental é um processo difícil. Há muito para se acostumar e muitas coisas completamente novas a se adaptar. De repente, seu filho está mudando de uma classe para outra, tem professores diferentes e muito mais responsabilidade tanto em termos de lição de casa quanto nas áreas de organização e gerenciamento de tempo com o qual ele deve lidar.
Além disso, como você sabe, um menino da sétima série está mudando internamente e com todas essas mudanças hormonais, as mudanças de humor não são apenas comuns, mas esperadas.
Dito isso, agora o caminho para poder ajudá-lo é descobrir se seu filho está simplesmente sofrendo a angústia adolescente de crescer e mudar, ou se há realmente algo mais substancial acontecendo que está deixando seu filho infeliz.
As crianças adoram reclamar. E se você permitir, eles podem encontrar falhas em quase tudo e em todos. No entanto, apenas deixar seu filho reclamar sobre a escola não ajudará ele nem você. Você precisa ajudá-lo a esclarecer exatamente o que o está incomodando e, em seguida, diferenciar entre o que pode ser mudado ou trabalhado e o que pode estar fora de seu alcance.
Para começar, tente criar empatia com seu filho e com sua situação. Todos nós temos histórias sobre odiar a escola em diferentes momentos ou um professor ou aluno que nos atormentou e fez no sentirmos infelizes. Compartilhe-os com ele. Deixe seu filho saber que você entende o que é não estar feliz na escola e como isso pode ser frustante. Fale que você entende o quanto ele está infeliz, e que você está levando esse assunto a sério que deseja que ele possa se abrir com você sobre o que o está incomodando.
Então, tente fazê-lo verbalizar quais são os problemas. Ele está tendo dificuldades com um professor em particular? Talvez um assunto específico? As crianças estão lhe fazendo bulying? Existem problemas sociais? Não o deixe escapar com uma declaração genérica do tipo que ele odeia tudo na escola. Ele precisa esclarecer exatamente sobre o que não gosta e o que está causando sua aversão. Não gostar de um professor não é suficiente. O que ele não gosta no professor? É o estilo de ensino dele? Ele está pegando em seu pé na aula? Ele acha o assunto chato?
Mesmo que ele tenha reclamações legítimas, espero que você possa usar isso como uma oportunidade para ensiná-lo a importância na vida de aprender a lidar com situações que não gostamos. Embora claramente tentemos fazer todo o possível para garantir que as condições sejam ideais, muitas vezes temos que aceitar muito menos. E aprender a conviver com pessoas que não gostamos ou aprender a trabalhar em um ambiente que não é nossa zona de conforto faz parte do crescimento e uma habilidade essencial para um futuro de sucesso, tanto social quanto no mercado de trabalho.
Você precisa ajudá-lo a esclarecer exatamente o que o está incomodando. A comunicação é a chave aqui. Uma vez que você consiga falar abertamente com seu filho e ele puder expressar e definir o que o está incomodando, você terá as informações necessárias para determinar qual deve ser o próximo passo. Mas mesmo que você sinta que nada pode ser mudado (ele tem um professor com um estilo de ensino chato que não está disposto a mudar depois de trinta anos ensinando dessa forma) etc. já vai ajudá-lo a se sentir melhor. Falar sobre um problema e expressá-lo a outra pessoa ajuda a esclarecer qual é realmente o problema e tira todo o fardo sobre ele. É por isso que a palavra hebraica para cura, refuá, é composta pelas letras para ohr pê, a luz da boca. Pois falar sobre um problema é o primeiro passo para resolvê-lo.
Mas a comunicação não deve parar entre você e seu filho. Quando você estiver ciente do que o está incomodando e tiver sua permissão, talvez seja hora de falar com a escola. Talvez haja um orientador que possa estar ciente do que o está incomodando e ficar de olho no que está ocorrendo. Talvez o diretor precise ser informado se um aluno ou membro do corpo docente não o estiver tratando bem. E se o problema for com a turma ou o professor, muitas vezes o professor fica mais do que feliz em ter uma discussão aberta e honesta sobre as crianças da turma. Nenhum professor quer ser odiado, e muitas vezes o professor fica sobrecarregado por não saber do que o aluno precisa. Portanto, poder falar sobre seu filho com ele ou ela e expressar o que você acha que está em questão e oferecer sugestões de como as coisas podem melhorar, se tornarão dicas práticas e preciosas para implementar a mudança.
Em relação à mudança de escola, isso deve ser usado como último recurso. Não apenas uma mudança após o início do ano é ainda mais uma transição, mas nada garante que ele será mais feliz em qualquer outro lugar. Somente se você estiver totalmente convencida de que os problemas estão relacionados especificamente aos professores ou ao ambiente da escola e que a escola não está disposta a mudar ou trabalhar com você, sugiro que procure outra opção. Você também não quer dar ao seu filho a impressão de que, quando as coisas ficarem difíceis, você sempre encontrará outra opção para ele. Parte do crescimento é aprender a lidar com situações difíceis e aprender a tirar o melhor das coisas, mesmo quando não são ideais. Então, novamente, não estou dizendo que nunca há uma razão para mudar de escola, mas deve ser um último recurso.
Por fim, a Torá nos ensina que cada criança precisa ser educada de acordo com seu caminho, chanoch le'naar al pi darko. Em uma situação ideal, isso se traduziria em um estilo de ensino individualizado e currículo mais adequado para cada aluno. No entanto, como isso é impraticável na maioria das escolas, pelo menos você pode ajudar a entender seu filho e suas necessidades e ajudar a expressar essas necessidades à escola para que, sempre que possível, possam ser colocadas em prática.
Seu filho tem a sorte de ter uma mãe que se preocupa tanto com sua felicidade e leva seus problemas a sério. Ajude-o a se comunicar e expressar o que o está incomodando. Você pode ter sorte e descobrir que tudo o que ele realmente queria era poder desabafar e ser compreendido. Mas se realmente houver algo mais do que as dores típicas da adolescência, ele deve saber que você está lá para ele de ouvidos abertos e o ajudará a encontrar o caminho comtodo seu amor e empenho!
Boa sorte!
Rachel
"Querida Rachel" é uma coluna quinzenal que é respondida por um grupo rotativo de especialistas. Esta pergunta foi respondida por Sara Esther Crispe.
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