Rabi Yitzchak Luria (1534-1572), conhecido como o Arizal, foi um dos cabalistas mais proeminente de todos os tempos, cujos ensinamentos e modo de vida deixaram uma marca indelével sobre o misticismo e a prática judaica. Preparado para aprende mais sobre esse homem notável? Vamos lá!
1 – Seu Nome é Único
Seu nome hebraico era Yitzchak (Isaac) filho de Shlomo, um descendente da importante família askenazita Luria.
Embora eruditos seculares possam se referir a ele simplesmente como Luria, entre os judeus ele é conhecido como o ARI ou o ARIzal. Além de significar “leão”, ARI é um acrônimo para “Eloki “Divino” Rabi Yitzchak”; ZaL é um acrônimo para zichrono liverachá, [possa] sua memória [ser] para bênção.” Às vezes, ele é também mencionado como ARI Hakadosh, “o sagrado ARI” ou ARIZaL Hachai, o “ARIZal vivo.”
2 – Ele Era Apenas Metade Askenazita
Às vezes, o ARI é mencionado como Rabi Yitzchak Ashkenazi, Seu pai, Shlomo Luria, era descendente de Rashi e muitos outros rabinos askenazitas. Porém ele faleceu quando seu filho Yitzchak tinha oito anos de idade, e o menino foi criado pelo tio materno sefaradita, Rabi Mordechai Francis de Alexandria. No decorrer da sua vida, muitos de seus mentores, colegas e estudantes eram sefaraditas que falavam ladino, refugiados da perseguição cristã na Península Ibérica e seus descendentes.
3 – Ele Estudou Com os Grandes Sábios do Egito
No Egito, ele estudou com Rabino Betzalel Ashkenazi, o autor do Shita Mikubetzet, e o Rabino David ibn Zimra, nascido na Espanha, conhecido como o RaDBaZ. Porém, muito de seu estudo foi feito sozinho, na solidão, nas dunas do Rio Nilo.
4 – Ele Aparentemente se Envolvia em Comércio
Documentos da sua época no Egito, que foram fortuitamente preservados na Gueniza do Cairo, indicam que ele se envolvia em comércio, lidando com temperos e trigo (e talvez com outras mercadorias) Isso é consistente com o ditado de que uma pessoa deveria ganhar a vida pelo “trabalho de [suas] mãos,” em vez de aceitar um estipêndio de um erudito.
5 – Ele Patrocinou a Escola Safed de Misticismo
Em 1570, ao retornar para a Terra Santa com sua esposa (que era a filha de seu tio, Mordechai), e suas duas filhas, ele se instalou em Safed, onde uma comunidade de sábios de Torá espanhóis tinha se reunido. Ali ele estudou brevemente com o mestre cabalista, Rabino Moshe de Cordovero, conhecido como o RaMaK, Após o falecimento do RaMaK, seus alunos aceitaram o ARI como professor e guia, em parte porque o Arizal era tão espiritualmente ligado que ele via um pilar de fogo seguindo o esquife de RaMaK.
6 – Temos Poucos dos Seus Escritos
Há muitos poucos escritos preservados feitos pelo próprio ARI. Aquilo que foi preservado inclui hinos aramaicos para cada uma das três refeições do Shabat e uma abordagem sobre as leis de sacrifícios. Porém, muitos ensinamentos seus foram cuidadosamente transcritos pelo seu fiel aluno, Rabino Chaim Vital. Esses ensinamentos, publicados sob diversos títulos, são conhecidos coletivamente (talvez incorretamente) como Kitvei HaARIZaL, “os escritos do ARIZaL.”
7 – O Serviço da Noite de Sexta-Feira Pode Ser Rastreado a Ele e Seus Alunos
Mesmo antes da chegada do ARI, os judeus de Safed faziam um serviço especial para dar as boas vindas ao Shabat na tarde de sexta-feira. Na verdade, o hino Lecha Dodi foi composto por Rabino Shlomo Alkabetz que morava em Safed na mesma época do Ari. Toda semana, o Ari e seus alunos saíam da cidade, e, encarando o sol, eles recitavam os Salmos, o que desde então tinha se tornado padrão em toda sinagoga ao redor do mundo.
8 – Ele Morou em Safed Por Apenas Dois Anos
O ARI morou em Safed por apenas dois anos, e os volumosos ensinamentos que temos dele foram todos transmitidos durante aquele breve período. Porém sua influência era tão forte que seu nome está inextricavelmente ligado à cidade e suas tradições cabalísticas.
9 – Duas Sinagogas Receberam Seu Nome
No bairro judaico de Safed, há duas sinagogas com seu nome, uma das quais segue a tradição askenazita, e a outra o costume sefaradita.
Localizada no centro do bairro, a sinagoga askenazita (que na verdade foi construída por Sefaradim) é mencionada como tendo sido construída no mesmo local onde o ARI e seus alunos davam as boas vindas ao Shabat. É conhecida pela sua arquitetura única, incluindo uma Arca Sagrada colorida e esculpida.
A sinagoga sefaradita veio antes do ARI, e era originalmente conhecida como a Sinagoga do Profeta Eliyahu. Acredita-se que seja ali que o grande mestre realmente estudava e rezava. Localizada à beira da Antiga Safed, tem vista para o cemitério histórico.
Ambas as sinagogas foram muito danificadas pelos vários terremotos que abalaram a área, e as duas foram extensivamente renovadas.
10 – Ele Ensinava a Doutrina das Centelhas Ocultas
Baseado no Zohar e outras antigas obras cabalísticas, o ARI expunha e provia linguagem para descrever trabalhos interiores do universo, descrevendo o processo através do qual um D'us Infinito cria espaço e traz à vida uma existência finita e opaca.
Segundo o ARI, há grande propósito para nossas vidas. Dentro de todo ser está uma centelha Divina esperando para ser elevada usando aquele item para o bem. Na escala macro, também, o universo está ansiando para ser elevado e purificado através da humanidade e sua união com sua fonte Divina.
11 – Ele Revolucionou o Conceito de Tzimtzum (Contração Divina)
A ideia de que o relacionamento de D'us com o mundo é mediado através de algum tipo de auto-contração tem uma longa história no pensamento judaico, voltando até o Midrash. Mesmo assim, a maneira que o ARI explicava essa ideia foi sem precedentes e revolucionária. A transição da infinidade Divina à possibilidade de um cosmos finito não pode acontecer gradualmente, em passos incrementados, mas D'us “contraiu a Si mesmo e espalhou Sua luz abundante... completamente,” deixando “um lugar vago e vazio” no qual o processo de criação se desenvolve. A narrativa do ARI, fortemente visual, dramática e dinâmica de Tzimtzum transformou-a numa das principais ideias da moderna Cabalá, cujo significado tem sido estudado, debatido e reinterpretado não apenas pelos rabinos e eruditos, mas também por filósofos, artistas e escritores muito além da comunidade judaica.
12 – Ele Revelou o Ritmo Interior da Prática e Erudição Judaica
Conforme ensinado pelo ARI, baseado no Zohar, toda mitsvá, toda palavra de prece, e toda linha da Torá é repleta com camada após camada de significado. Todo ato, mesmo que mundano, tem significado que devemos descobrir, examinar, e celebrar. Nessa maneira, a observância da mitsvá é uma experiência viva, vibrante e espiritual.
13 – Ele Identificou Muitos dos Túmulos na Galiléia
A região da Galiléia ao norte de Israel, local de Safed, Tivéria e várias outras antigas cidades judaicas, é dotada com os locais de descanso de muitos sábios talmúdicos. Muitos desses locais têm sido obscurecidos pelas areias do tempo, somente para serem redescobertos pela visão sagrada do ARI.
14 – Ele Faleceu em 5 de Av
O ARI faleceu no quinto dia do mês de Av de 1572, aos 38 anos. Em sua vida breve, ele revolucionou a vida judaica, catalisando um renascimento espiritual que estimulou o movimento chassídico e elevou para sempre a vida e a espiritualidade judaicas.
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