No decorrer da minha vida, muitas vezes me senti parada – desejando desesperadamente seguir em frente, mas me sentindo como se estivesse presa em uma sala de espera sem fim. As coisas nunca pareciam estar seguindo em frente na maneira que eu imaginava.
Eu então desesperadamente lutava e empurrava, tentando sair daquela sala. Eu geralmente me sentia como se estivesse enfrentando um muro; nada materializava a maneira que eu queria que fosse. Não muito tempo atrás, eu me sentia muito presa num emprego que eu não apreciava. Eu sabia que queria mais. Tentava desesperadamente encontrar algo melhor, mas não tive sucesso. Eu carecia de rumo ou clareza. Estava estagnada. Então essas palavras chegaram para mim: “Não existe isso de estar parada.” Eu estava no meio da leitura de “Positivity Bias”, (algo como Tendência à Positividade”), do Rabino Mendel Kalmenson, um livro que destaca as perspectivas do Rebe. Eu tinha recebido recentemente o livro como um presente de uma amiga apenas algumas horas depois que estive no Ohel, no Queens, Nova York, pela primeira vez.
Estou nos meus vinte anos e moro em Jerusalém (fiz aliyá quando criança). Estava visitando Nova York por alguns dias para ver amigos e a família.
Não cresci em um lar Chabad, mas nos aproximamos de Chabad no decorrer do tempo. Ouvi muito sobre o Rebe, sua aparência única, e sobre ensinamentos chassídicos em geral. Eu sabia que o Ohel era um lugar aonde eu tinha de ir, e esperava que esse livro iria mais tarde enriquecer minha conexão.
O livro oferece um exemplo de um grupo de mulheres que ficaram estagnadas no aeroporto devido ao seu voo ter sido atrasado e esperavam uma solução. Elas ligaram para o escritório do Rebe para dar a ele a notícia, à qual ele respondeu: “Não existe isso de estar parado,” O Rebe explicou que um judeu nunca está parado – há uma razão e um propósito para tudo. As mulheres entenderam a mensagem, e após pensar a respeito perceberam que tinham uma oportunidade de distribuirem velas de Shabat às pessoas no aeroporto. Existem agora muitas casas acendendo velas de Shabat porque essas mulheres ficaram “paradas”.
Ao ler isso, percebi que estava exatamente onde eu precisava estar. Havia um objetivo para tudo em minha vida. Mesmo quando a vida nem sempre seguia meu caminho, estava indo na direção certa. Eu não estava realmente parado! Deve haver algo que eu possa fazer na sala de espera.
Obstáculos à Oportunidade
Enquanto eu continuava lendo o livro, percebi que tinha de aplicar isso à vida! Eu também li sobre a importância de buscar e cercar-se com boas notícias. Aqui estava eu, trabalhando para uma agência de notícias, onde muitas das mensagens não eram muito positivas. Percebi que essa era a oportunidade perfeita, Eu poderia espalhar boas notícias por meio dessa plataforma.
Aproximei-me do meu chefe e pedi para assumir um projeto. Eu levei a tarefa a sério e comecei a espalhar novas histórias positivas, destacando a humanidade. Falei com pessoas que faziam uma diferença, e pude espalhar artigos num local que até então divulgava totalmente o posto. Parecia tão recompensador!
Agora vejo que às vezes, é na sala de espera que surgem as melhores oportunidades. Quando uma pessoa se sente presa, não tem de lutar ou encontrar um escape. Tudo que tem a fazer é perceber que está naquela situação por algum motivo. Ao fazer isso, portas infinitas podem se abrir. Essa percepção por fim me levou a desistir do meu emprego. Mas dessa vez, não foi uma decisão tomada por desespero, mas porque era tempo de fazer algo mais.
Faça Aquilo Que Ama
Ao final do livro, Rabino Kalmenson destaca a importância de fazer aquilo que a pessoa ama para seu sustento.
Que alívio! Eu sempre fui informada (ou pelo menos eu disse a mim mesma) que dinheiro bom vem de fazer coisas que fazem bom dinheiro. Enquanto eu gostava disso o suficiente e era bom nisso, valia apena me empurrar para fazer algo que eu realmente não gostava. Nas profundezas, eu também sabia que queria treinar outros, mas não podia entender como faria aquilo.
Contratei um treinador, deixei meu emprego e comecei meu próprio negócio. Agora vou espalhar mensagens positivas, treinar outros a viver a vida em sua plenitude, e fazer também aquilo que eles amam.
A Vida é Uma Oportunidade
Percebi que a vida é uma oportunidade de fazer aquilo que você ama, e o mais importante, apreciar o processo.
Por outro lado, não quero dizer que a vida sempre segue magicamente o caminho que visualizamos. Ainda me sinto preso às vezes, mas agora sei que “preso” é apenas um indicador. Significa que há mais – que deve haver uma oportunidade, uma razão pela qual estou onde eu deveria estar. Mais importante, a única oportunidade mais certa que alguém tem quando se sente preso é rezar.
Olhando para trás, agora entendo que é exatamente aquilo que fiz no Ohel naquele dia, poucas horas antes da minha visão sobre a vida ser transformada.
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