Você deve ter notado que quando chamamos alguém pelo nome hebraico, existem duas variações. Por exemplo, alguém pode ser chamado de Yitschac ben Avraham (Yitschac filho de Avraham) ou Yitschac ben Sara (Yitschac filho de Sara).
Quando e por que usamos cada variação?
O costume em geral é que, para questões relacionadas à afiliação familiar,1 usamos o nome do pai. Isso é baseado no versículo em Números: “Eles declararam seus pedigrees de acordo com suas famílias de acordo com as casas de seus pais ...”2
De fato, a afiliação tribal de alguém e se alguém é um cohen ou um levita depende de seu pai. Assim, se alguém está recebendo uma aliá ou assinando um documento haláchico, como uma ketubá ou guet, usamos o nome do pai.
No entanto, quando estamos implorando a D'us por alguém em necessidade (como é o caso de mi sheberach para alguém que está doente), geralmente usamos o nome da mãe. Existem várias razões para isso.
Precedente
Descobrimos que quando o Rei David rezou para ele mesmo, ele repetidamente se referiu a si mesmo como “Seu servo, o filho de sua serva”,3 mencionando sua mãe, não seu pai. Além disso, o Talmud declara que “todos os encantamentos [usam] o nome da mãe”.4
Precisão
Embora quase sempre estejamos certos de quem é o pai, temos ainda mais certeza de quem é a mãe. De acordo com o Zohar, quando oramos por misericórdia (especialmente quando se trata de pikuach nefesh, a salvação de uma vida, como é o caso quando rezamos por alguém que está doente), queremos ser o mais exatos possível, então usamos o nome da mãe.5
Menos pecados
Ao rezarmos pela misericórdia de D’us, preferimos invocar o nome da mãe, uma vez que as mulheres geralmente têm menos pecados do que os homens. Embora pareça chocante à primeira vista, faz todo o sentido quando consideramos que as mulheres não são obrigadas a cumprir a mitsvá de aprender constantemente a Torá6 ou outras mitsvot com prazo determinado. Portanto, elas não são responsabilizadas por não fazerem essas coisas.7
A Educação dos Filhos
Embora tanto o homem quanto a mulher (junto com D'us, é claro) sejam parceiros na educação da criança, ela recebe sua formação principalmente da mãe. Fisicamente, a criança se desenvolve no ventre da mãe e, espiritualmente, o judaísmo da criança depende da mãe. Seus próprios pensamentos durante a concepção têm mais efeito sobre a criança do que sobre o pai. Como tal, é apropriado invocar o nome da mãe quando rezamos pelos filhos.8
A Fonte de Julgamento
Os místicos9 explicam que, em geral, as mulheres vêm do atributo divino de biná (“compreensão”), que também é a fonte do atributo de guevurá (“julgamento e severidade”).
O atributo de julgamento, em sua fonte, biná, é puro e santo, sem qualquer aspereza. Toda a dureza que vemos vindo do atributo do julgamento é apenas como ele se manifesta aqui neste mundo físico. Portanto, quando mencionamos o nome da mãe, estamos tentando despertar e evocar o atributo de biná. Quando fazemos isso, toda a aspereza e impurezas que evoluíram disso desaparecem, permitindo que a pessoa se cure da doença.
Por outro lado, uma vez que a pessoa faleceu (além do fato de que não queremos nenhuma conexão com o atributo de julgamento), mencionamos o nome do pai com base no versículo em Números citado acima.
Misericórdia da Mãe
Na verdade, encontramos nas Escrituras10 que foi especificamente pelo mérito das orações repletas de sentimento e lágrimas de nossa matriarca Rachel que fomos redimidos do exílio na Babilônia. Pedimos para que D'us mais uma vez ouça os gritos de misericórdia de nossa mãe Rachel, nos tire deste exílio e finalmente traga cura a este mundo!
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