Quando Rabi Elie e Chaya Rochel Estrin estavam se preparando para dar as boas vindas ao seu sexto filho ao mundo, a notícia de que o bebê tinha desenvolvido múltiplos defeitos cardíacos caiu como uma bomba. O prognóstico dos médicos era sombrio. As condições médicas eram inoperáveis, e eles não estavam certos se o bebê nasceria vivo. Sem saber o que fazer, Rabi Estrin se preparou para visitar o Ohel no bairro do Queens, Nova York – o local de descanso do Rebe, Rabi Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memória – para pedir uma bênção.
Nisso Estrin nasceu num fria tarde de inverno em 8 de fevereiro de 2016. Os médicos estavam certos de que ele não iria conseguir. Mas o pequeno Nissi provou que todos estavam errados.
O recém-nascido passou os primeiros dias de vida na unidade neonatal de cuidados intensivos no Centro Médico da Universidade de Washington. “Os médicos nos disseram gentilmente que nosso bebê poderia morrer a qualquer instante,” lembra Chaya Rochel Estrin. “Não havia nada que eles pudessem fazer por ele. Sugeriram que entrássemos em contato com um serviço médico especial e começássemos a dizer o adeus final.”
Enquanto Nissi lutava pela sua vida, os Estrins buscavam por um profissional médico que cuidasse do seu caso, implorando que os ouvissem para “dar uma chance a Nissi.” Poucos dias depois que seu filho nasceu, eles receberam a notícia de que o Hospital Infantil de Seattle concordava em mantê-lo sob seus cuidados.
Quando tinha seis dias de vida, Nissi passou por uma cirurgia de coração aberto. Poucas semanas depois, ele sofreu um ataque cardíaco. Para lembrar, Nissi tinha sobrevivido a múltiplas cirurgias de coração aberto.
Quase seis anos depois, com entusiasmo pela vida e um amplo sorriso, Nissi continua, animando todos com quem entra em contato. “Um amigo recentemente me disse que Nissi é seu mentor pessoal da vida,’” diz Chaya Rochel Estrin. “Toda vez que estou passando por algo difícil, fecho meus olhos e imagino o caloroso e lindo sorriso de Nissi, e isso é tudo que preciso para me sentir melhor.”
Aquilo era parte do encorajamento que levou os Estrins a transmitir suas experiências num documento online para compartilhar sua história com aqueles que poderiam obter apoio e orientação. “As pessoas estavam sempre nos dizendo: ‘Vocês na verdade deveriam escrever um livro,’ portanto escrevemos. Trabalhamos nisso juntos até o final do lockdown de 2020. Pretendíamos escrever o livro como uma história inspiradora de esperança.”

A Jornada de Perseverança de Uma Família
“Medicine, Miracles and Mindsets”, Milagres, Medicina e Intenções, conta sua jornada pessoal de criar Nissi, um encantador bebê nascido com um só ventrículo, atresia pulmonar e (PVC) contrações ventriculares prematuras.
Os Estrins descrevem as lutas e as alegrias que acompanham criar um filho nascido com desafios físicos. Pungente e animador, o livro está repleto com anedotas, bem como perspectivas vindas de um estudo chassídico que os “levou para a frente”. Especialmente instrutivo para eles eram lições de bitachon (confiança absoluta na bondade de D'us) enfatizada nos ensinamentos do Rebe.
O livro inclui orientação prática sobre controle da crise, defesa do paciente e autocuidado para os pais que estão lutando, bem como conselho para amigos e entes queridos que desejam ser solidários mas não sabem como.
Criar seu filho tem sido uma jornada, diz Chaya Rochel Estrin. “Somos gratos a D'us por termos dado a volta por cima,’ mas lembramos também do medo, da dor e incerteza. Partilhar nossa história e experiência no livro é nossa “pequena” contribuição para ajudar pessoas a conseguirem criar filhos com limitações. Ninguém deveria ser forçado a seguir este caminho sozinho.”

Quando indagada sobre o que a ajudaram a permanecer calma durante tantos desafios, Chaya Rochel Estrin diz: “Levar um dia de cada vez definitivamente me ajudou a estar presente, focando no aqui e agora. Perceber que Hashem tem um plano e que Ele nos ama foi definitivamente uma virada de jogo. Saber e meditar sobre a crença de que Ele nos protege e está tomando conta de nós definitivamente nos ajudou através de tempos difíceis. Aquele tipo de aceitação me ajudou a lidar melhor com a situação. Reconhecer simplesmente que Hashem está orquestrando tudo e que Ele sabe o que está fazendo foi confortante para mim.”
Estrin diz que se sente sortuda por ter “superado” aqueles momentos de intenso sofrimento e medo do desconhecido, mas tendo em mente o amor de D'us por ela e sua família, ajudou a “amenizar a ferida”.
“Hashem realmente faz coisas difíceis para nós, ela diz. Não entendemos, e não acho que realmente haja qualquer explicação para isso. Embora D'us tenha um plano, ainda podemos chorar e implorar para que vejamos a bondade revelada em nossas vidas.”
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