Quando ouvimos falar que algo horrível aconteceu a outro indivíduo, D'us não o permita, sentimos o sofrimento dele? Ou simplesmente seguimos em frente com a vida? Qual é a primeira coisa que fazemos quando sabemos de um acidente fatal, por exemplo?

A maioria de nós se pergunta: Onde foi isso – perto da minha casa ou da escola do meu filho? A vítima poderia ter sido um membro da família ou um amigo?

Quando sabemos que não foi perto de ninguém que conhecemos, damos um suspiro de alívio e continuamos nosso dia. Sim, ficamos tristes, mas se nossa família e filhos estão bem, a vida continua.


Rabino Pinchas Menachem Alter, o último líder da dinastia chassídica Gur (falecido em 1996), contou-me uma história que aconteceu em 1949.

Um dos homens que se tornou discípulo de Rabi Yisrael Alter de Gur, conhecido como o “Beit Yisroel”, era muito rico, e a certa altura foi morar na Nova Zelândia devido aos seus negócios.

Certa vez, em uma viagem a Nova York para visitar sua filha, ele entrou num elevador e foi saudado por um judeu distinto que lhe perguntou de onde ele vinha. Ele respondeu que tinha acabado de chegar da Nova Zelândia.

O estranho lhe perguntou: “Há um micvê na Nova Zelândia?

O homem rico respondeu: “Estou lá para negócios, não para saber de micvê.”

O estranho respondeu: “Se um judeu se encontra em algum lugar, ele deve ter um impacto positivo.”

A porta do elevador se abriu, e os dois homens saíram e tomaram seus caminhos.

O homem rico perguntou a filha que estava a sua espera, sobre a identidade do homem que se encontrava com ele no elevador. Ela respondeu que ele era Rabi Menachem Mendel Schnerson, o genro do sexto Rebe de Chabad, e que mais tarde se tornaria o sétimo Rebe.

Passaram-se quarenta anos, durante os quais o rico empresário tinha envelhecido. Havia deixado a Nova Zelândia e estava, novamente, visitando a filha em Nova York. Ele decidiu entrar na fila da distribuição do dólar de domingo do Rebe e receber sua bênção.

Quando ele cumprimentou o Rebe, o Rebe perguntou: “Já há um micvê na Nova Zelândia?”

O homem idoso ficou perplexo.

“Eu perguntei a ele,” Rabi Alter continuou a relatar a história: “Diga-me, por que você ficou surpreso?”

Ele respondeu que foi pela memória do Rebe, afinal, quarenta anos tinham se passado desde aquele encontro no elevador!

“O que me impressionou foi que o assunto permaneceu na mente do Rebe durante quarenta anos – um micvê na distante Nova Zelândia. E como isso o preocupou por que não haver nenhum micvê naquele local...”