Minha família tem sido associada com Chabad por muitos anos. Na verdade, após a guerra, quando jovens refugiados Lubavitch chegaram a Montreal, alguns deles permaneceram conosco, e nosso forte apego cresceu a partir de então.
O líder deste grupo – Rabi Aryeh Leib Kramer – desempenhou um papel muito importante colocando minha vida no rumo certo.
Como muitos daqueles que cresceram nos anos de 1960, eu tinha explorado diferentes religiões – Hinduísmo, Budismo e os ensinamentos da Nova Era de Edgar Cayce – até que finalmente me ocorreu que eu deveria também olhar as minhas próprias raízes no Judaísmo.
Foi quando Rabi Kramer sugeriu que eu conhecesse Rabi Yosef Minkowitz, diretor da Escola Beit Rivka. Fiz isso, e comecei a estudar com ele – agora tenho estudado com ele por mais de trinta anos. Portanto tenho uma forte conexão com Lubavitch, e não se pode ter uma forte conexão com Lubavitch sem ter uma forte conexão com o Rebe. Naturalmente, frequentei vários dos farbrenguens do Rebe em Nova York, e embora uma audiência privada não fosse possível então, eu consegui falar com ele brevemente algumas vezes quando ele estava distribuindo dólares para tsedacá.
Um encontro em particular foi especialmente significativo para mim e para minha família.
Voltando ao passado, preciso explicar que temos estado no ramo do varejo desde 1935. Embora inicialmente fôssemos bem sucedidos, quando grandes empresas como Kmart e Zellers começaram a ir para pequenas cidades litorâneas nas quais operávamos, fomos derrotados. Foi quando – no final dos anos de 1980 – eu decidi que tinha de vender. Senti que vender era nossa única esperança porque estávamos perdendo dinheiro demais. Um comprador chegou e, após longas negociações, foi feito um acordo para a inteira cadeia de lojas que tínhamos. Mas, no último momento, não deu certo.
Eu estava totalmente devastado porque estávamos perdendo uma fortuna, e eu não sabia como iríamos sobreviver. Não sabia como eu poderia sustentar minha família, ou enviar meus filhos para a escola hebraica, ou até pagar a hipoteca da nossa casa. Era pessoalmente esmagador. Eu estava tão deprimido, estava inconsolável. Não sabia o que fazer.
Em desespero, decidi ir a Nova York para ver o Rebe. Quando disse isso a Rabi Minkowitz ele se ofereceu para acompanhar-me. Fomos juntos, levando conosco meu filho Sean de sete anos. Pegamos um voo cedo pela manhã – isso foi no domingo, 17 de setembro de 1989 – para conseguir um bom lugar na fila de pessoas esperando para ver o Rebe enquanto ele estava distribuindo dólares para caridade. Mas, mesmo assim, provavelmente esperamos durante quase três horas. Quando finalmente chegamos até o Rebe, Rabi Minkowitz apresentou-me como alguém que estava ajudando-o a construir um novo campus para sua escola, e o Rebe abençoou aquele trabalho, aconselhando-me a instalar uma caixa de caridade ali, na qual eu deveria colocar o dólar que o Rebe me entregara. Então pedi bênçãos ao Rebe para saúde a todos os membros da minha família, que ele deu, junto com dólares para todos que mencionei. Finalmente, eu falei: “Rebe, estou tentando vender meu negócio de varejo, porque estou perdendo muito dinheiro. Gostaria de receber sua bênção para ajudar-me a vender minha empresa.”
O Rebe me olhou e, parecia que éramos as únicas duas pessoas na sala, apesar do fato de estarmos cercados por muitas outras e milhares estarem na fila atrás de nós. E ele disse: “Você fará a coisa certa, na maneira certa, na hora exata, e terá o resultado certo. Besuros tovos [significando ‘que tenhamos boas novas.’]
Quando começamos a sair, ele chamou meu filho de volta e disse a ele:
“Você deveria ajudar seu pai no que ele faz.”
E com aquilo, tudo mudou para mim. Fortalecido pelas palavras do Rebe, decidi tentar uma nova forma de vender a empresa. Em vez de procurar um comprador para todas as lojas, eu iria vendê-las uma a uma, para compradores individuais, e talvez fechar aquelas que não podiam ser vendidas. Eu iria vender nosso inventário para nossos clientes, e foi como consegui me livrar do negócio de varejo e ainda conseguir pagar as contas.
Essa abordagem segmentada deu certo, e fomos na verdade a primeira cadeia de varejo baseada em Montreal a fechar antes da investida das grandes empresas americanas.
No decorrer dos anos, as pessoas têm me dito muitas e muitas vezes – ecoando as palavras do Rebe – “Você fez a coisa certa saindo do negócio de varejo. Fez isso na hora certa. E fez isso da maneira correta.”
Para mim era uma confirmação da notável previsão do Rebe. E meu filho tem me ajudando em “meus afazeres”. Na verdade, ele agora é o presidente dos meus negócios imobiliários – Dalfen Industrial – e estamos nos saindo muito bem juntos.
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