Essa série de oito mensagens é baseada nos ensinamentos de Rabi Sacks falecido em 7 de novembro de 2020/20 Marcheshvan 5781. O conteúdo educativo adicional foi provido pelo Dr. Daniel Rose em conjunto com o Escritório do Rabi Sacks.
Uma Mensagem Para a Segunda Noite de Chanucá
Há uma lei sobre Chanucá que considero comovente e profunda. Rambam escreve que a mitsvá das velas de Chanucá é muito preciosa. Aquele que não tem dinheiro para comprar velas deveria vender algo, ou se necessário pedir dinheiro emprestado, para poder cumprir o preceito. Surge então a pergunta: E se, numa tarde de sexta-feira, você se encontra apenas com uma vela? Deveria acendê-la como uma vela de Shabat ou uma de Chanucá?
Podem ser ambas. A lógica sugere que você deveria acender como uma vela de Chanucá. Afinal, não existe uma lei que você tem de vender ou pegar emprestado um valor para acender velas para o Shabat. Porém a lei é, surpreendentemente, que quando enfrentar uma escolha dessas, você acende sua única vela como de Shabat. Por quê? Veja o Rambam: “A luz do Shabat tem prioridade porque promove shalom bayit, a paz no lar. E grande é a paz porque a Torá inteira foi dada para trazer paz ao mundo.”
Pense: Chanucá comemora uma das mais importante vitórias militares na história judaica. Porém a lei judaica decreta que se pudermos acender apenas uma vela – a luz do Shabat tem precedência, porque no Judaísmo a mais importante vitória militar fica em segundo lugar para a paz no lar.
Por que o Judaísmo, sozinho entre as civilizações do mundo antigo, sobrevive? Porque valorizou o lar mais do que o campo de batalha, o casamento mais do que a grandeza militar, e os filhos mais do que os generais. Paz no lar importava para nossos ancestrais mais do que maior vitória militar. Portanto quando celebrarmos Chanucá, reserve um pensamento para a vitória real, que não foi militar mas espiritual. Os judeus valorizam o casamento, o lar, a paz entre marido e mulher, acima da mais alta glória no campo de batalha. No Judaísmo, a luz da paz tem precedência sobre a luz da guerra.
Do Pensamento de Rabi Sacks
A família é o melhor meio que temos para nutrir as futuras gerações e possibilitar que as crianças cresçam num ambiente estável e de amor. É onde aprendemos a delicada coreografia do relacionamento e como lidar com os inevitáveis conflitos dentro de qualquer grupo humano. É onde primeiro aceitamos o risco de dar e receber amor, a amar e sermos amados. É onde uma geração transmite seus valores para a próxima, garantindo a continuidade e o futuro da nossa civilização.
Quando encontramos situações desafiantes dentro da estrutura familiar, aprendemos talentos como negociação, resolução de conflitos, e talentos interpessoais que ajudam a garantir que haja shalom bayit. Todos esses talentos também são essenciais para assegurar shalom no mundo em geral.
A unidade familiar é o alicerce para uma sociedade saudável e a família é o ponto chave de seu futuro. Em prol do futuro de nossos filhos, devemos ser seus defensores.
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